Casa de Leis sediou, nesta segunda-feira, reunião da Frente Parlamentar pelo Fim da Violência Política de Gênero
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em parceria com a Câmara Municipal de Goiânia, realizou, nesta segunda-feira, 28, a primeira reunião da Frente Intermunicipal Pelo Fim Da Violência de Gênero, no Auditório 2, da Alego.
O encontro teve por objetivo fortalecer mulheres eleitas, por meio de ações para o enfrentamento contínuo da violência política por elas enfrentadas, e a formação de uma rede legislativa de boas iniciativas a partir de mandatos femininos.
Compuseram a mesa dos trabalhos a deputada Bia de Lima (PT); a deputada Rosângela Rezende (Agir); a vereadora por Goiânia, Aava Santiago (PSDB); a defensora pública e coordenadora do Núcleo Especial em Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher, doutora Tatiana Bronzato; a representante do Grupo de Mulheres Malungo, Sônia Cleide; a coordenadora do Observatório dos Direitos das Mulheres da Faculdade Uni Araguaia, Marcela Iossi; a secretária de políticas para mulheres, Tatiana Lemos.
A luta das Mulheres
A primeira a fazer o uso da palavra foi Bia de Lima, que na oportunidade, parabenizou todas as pessoas presentes por resistirem às diversas lutas que enfrentam no dia a dia e afirmou que é o momento de as mulheres abrirem espaços no cenário político. “ Esse é o lugar de discutir e construir possibilidades inovadoras, mecanismos de alavancarmos as mulheres na sociedade”.
A deputada contou que infelizmente mulheres ainda são vítimas de preconceito e violência cotidianamente. ”Não podemos abrir mão de mulheres ocuparem seus espaços por medo e violência, precisamos de coragem para enfrentar quem não quer que cheguemos lá, unidas iremos ganhar essa batalha”, afirmou.
Procuradoria da Mulher
A deputada Rosângela também se pronunciou no evento e afirmou que cada reunião dessa soma de forma prática na vida das mulheres, na trajetória, no poder de fala, e contaminando positivamente outras mulheres. “ Que a gente possa somar forças a cada uma de vocês para que possamos avançar na garantia dos nossos direitos e contra a violência da mulher”.
Rosângela ainda ressaltou que, presidindo a Procuradoria Especial da Mulher na Casa, sua missão é somar forças na luta das mulheres e dar aparato legal na garantia dos seus direitos.
Direito das Mulheres
A coordenadora Marcela Iossi deu sequência ao encontro com uma palestra que esclareceu sobre os aspectos jurídicos sobre a lei que criminaliza a violência política de gênero. “ Quando falamos de violência contra a mulher, tenho que falar de uma legislação específica, uma legislação de ruptura paradigmática”, pontuou.
Marcela explicou que a Lei Maria da Penha engloba todos os tipos de violência sofridas contra a mulher: psicológica, econômica, moral e violência sexual e que a Lei de Violência de Gênero vem para dar um toque de especialidade na violência sofrida pela mulher no âmbito político.
A coordenadora explicou que a lei estabelece que violência política contra a mulher é toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os seus direitos políticos.
“ Mandatárias e candidatas são protegidas por essa lei ou uma eleitora pode ser vítima quando ela é impedida de votar ou sofre coação”, explica.
Ao concluir sua fala, Marcela ressaltou que o diálogo sobre o tema é necessário para desconstruir um histórico social em que mulheres não cabem em certos ambientes e não podem ter voz política. “Só a legislação não adianta, é preciso ter consciência social que a mulher pode e deve desempenhar qualquer cargo e deve ser respeitada”, concluiu.