Por iniciativa de Bia de Lima, audiência pública, nesta 2ª-feira, debate políticas para a educação básica e o ensino médio
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) promoveu, na tarde desta segunda-feira, 18, audiência pública com o tema “A Importância do ensino médio na formação profissional e cidadã da juventude goiana”. A iniciativa foi da deputada Bia de Lima (PT), e o debate aconteceu no auditório 2 da Assembleia Legislativa de Goiás.
A mesa, presidida por Bia, teve também as presenças da deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT); gerente de educação profissional da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Andrei Pires; diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lueli Nogueira Duarte da Silva; professora Geisa Dávila Ribeiro Boaventura, representante do Instituto Federal Goiano (IFG); presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Flávio Roberto de Castro; analista de educação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Wilson de Paula e Silva; secretária de interior do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), professora Lucieny Alves; presidente da União Estadual dos Estudantes, Ranilson Ferreira Júnior; e professora da UFG, Maria Margarida, representante do Fórum de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O evento contou com a participação de alunos e professores de escolas públicas de Goiânia e cidades do interior. Entre os estudantes estava Samuel Zuncheddu, do Grêmio Estudantil Marco Antônio, do Lyceu de Goiânia, e alunos do Centro de Ensino em Período Integral Professor José Pascoal da Silva, de Silvânia.
Em seu pronunciamento na abertura da audiência, Bia de Lima destacou pesquisa da Fundação Itaú, que aponta que os problemas educacionais, no País, começam ainda nos primeiros anos escolares. Segundo esse levantamento, 48% dos estudantes não conseguiram concluir o ensino fundamental dentro do período esperado, e 59% não terminaram o ensino médio na idade certa.
A pesquisa mostra, segundo a deputada estadual, que não há, atualmente, o debate de nenhuma política pública nacional para enfrentar os problemas dessa etapa do sistema educacional. Além disso, que, entre as principais políticas educacionais a serem debatidas no País, neste ano, está, por exemplo, o currículo do novo ensino médio.
O indicador evidencia, ainda, afirmou Bia, as desigualdades educacionais do País. Enquanto 69% dos estudantes de maior nível sócio-econômico conclui o ensino fundamental na idade certa, apenas 33% dos mais pobres conseguem terminar a etapa em nove anos. Os dados mostram ainda as desigualdades em relação a outros itens como classe social e raça.
“Essa é uma questão que eu trouxe aqui, porque a nossa responsabilidade é com a educação em todos os níveis e modalidades, mas existem alguns gargalos que precisamos ultrapassar”, enfatizou a deputada. Uma dessas questões seria ampliar o acesso de estudantes de Goiás ao Programa Pé-de-Meia do Governo Federal.
“Aqui na Assembleia, nós aprovamos, no ano passado, um projeto de lei do Caiado [governador do Estado], concedendo inicialmente R$ 100 de auxílio aos estudantes. Esse ano teve um acréscimo e foi para R$ 111. No governo do presidente Lula, foi criado o Programa Pé-de-Meia, que concede uma bolsa, a qual estamos chamando de poupança. Se o estudante concluiu o ensino médio, ao final, ele terá R$ 9 mil, para investir na sua chegada à universidade”, frisou Bia de Lima.
Desafios
A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) também comentou a pauta, relembrando seu histórico de estudante da rede pública em Goiás. Ela relatou os desafios no período em que esteve à frente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados em Brasília, em especial nas discussões para a vinda dos três novos Institutos Federais de Educação para o Estado, recentemente anunciada pelo Governo Federal.
“São milhares de vagas do ensino médio, técnico e científico que serão abertas em nosso Estado”, apontou. “Quem quiser estudar tem que ter a vaga. Isso é um direito, e as autoridades tem a obrigação de buscar a oportunidade”, defendeu, ressaltando a importância da educação na superação de desigualdades sociais.
Quanto ao modelo do novo ensino médio, a deputada federal fez coro à fala da colega de partido. Accorsi ressaltou que a população foi ouvida para a atual mudança e que não serão permitidos retrocessos “à estaca zero”, argumentou.
O gerente de educação profissional da Seduc, Andrei Pires, trouxe o panorama atual da pasta. De acordo com Andrei, existem 375 turmas de educação profissional em Goiás, mas com expectativa de ampliação até 2025. “O objetivo do Governo é ampliar a educação profissional, é dar equidade social aos nossos estudantes”.