Assembleia Legislativa sediou, na noite dessa segunda-feira, 16, lançamento de livro que questiona o aprisionamento
O Livro “A Instituição Prisão – Arena Pragmática e Manchete Histórica”, do escritor, autor e professor Antônio César Martins Lopes é o resultado de uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (PPGIDH/UFG). O lançamento da obra aconteceu nesta segunda-feira, 16, no Auditório Francisco Gedda, do Palácio Maguito Vilela, com apoio do mandato do deputado Mauro Rubem (PT).
A obra é uma coletânea organizada pelo professor Antônio Lopes, que convidou pessoas de diversas áreas da sociedade, que de alguma forma, trabalham com o tema do aprisionamento, como promotores de Justiça, pedagogos, o ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, Jônathas Silva; o psicólogo e analisa junguiano Jorge Antônio de Lima e Júnior Souza, um egresso do sistema penal, hoje trabalhador e pai de família.
Na solenidade de lançamento, além dos coautores e do coordenador do projeto, professor PhD Carlos Ugo Santander Joo, também estiveram presentes várias personalidades, como o ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson. Também houve exposição de telas dos artistas Vânia Ferro e Ivanor Florêncio.
Segundo o autor, o livro traz questionamentos que há muito são feitos e que até hoje não foram respondidos, como: Por que a humanidade constrói presídios e não escolas e, no nosso caso específico, por que o País tem hoje a maior população carcerária da história. Ele explica que a ideia é provocar essas reflexões. “Elas são perguntas que podem ser pensadas, criticadas e elaboradas na forma de políticas públicas. Por que um País que faz política pública para erguer muros... nas prisões nós temos a base da pirâmide social. Porquê? Aí vem a questão da desigualdade social, a distribuição de riqueza desigual. Nós não fizemos o livro para responder essas perguntas, mas para se pensar sobre”.
Para o deputado Mauro Rubem, a questão do aprisionamento em massa no País passa pela organização da sociedade, com base no capitalismo. “Nós entendemos que esse modelo de sociedade, esse modelo capitalista, em que tudo é valor, tudo é preço. O capitalismo, inclusive, cria a mazela. Ele não oferece escola, não oferece cultura, não oferece habitação, não oferece emprego justo e com isso as pessoas se revoltam e vão para a prisão. Aí eles terceirizam a prisão, fazem um negócio em cima da prisão e aumentam os impostos. Essa sociedade já está demonstrado que ela não resolve, aliás ela está explodindo o planeta. Nós temos que mudar o sistema”.
Após o lançamento oficial, Antônio Lopes, vai continuar realizando diversas atividades para divulgar a obra e debater o tema. Nos eventos, os participantes são convidados a contribuir com um quilo de alimento não perecível, que será doado para instituições que cuidam de crianças carentes.