Clécio Alves critica notificação judicial entregue a Jair Bolsonaro durante recuperação hospitalar
O deputado Clécio Alves (Republicanos) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), durante o Pequeno Expediente da sessão ordinária híbrida na manhã desta quinta-feira, 24, no Plenário Iris Rezende Machado, para manifestar sua indignação com a forma como a Justiça Federal notificou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Segundo o parlamentar, a entrega da intimação, realizada no hospital enquanto Bolsonaro se recuperava de um procedimento cirúrgico, representa um abuso e revela um suposto tratamento desigual entre figuras públicas do cenário político nacional.
Alves relatou ter tomado conhecimento do fato por meio de noticiários. De acordo com ele, embora a intimação tenha sido expedida no dia 11 de abril, só foi entregue nesta quarta-feira, 23, diretamente ao ex-presidente, internado, "com a barriga aberta do pescoço até o umbigo, todo cheio de aparelhos". Ele criticou duramente o que classificou como “ânsia e vontade de adiantar e falar ‘você está preso’”.
“Aí, eu fiquei, sinceramente, estarrecido e me perguntando a que ponto estamos chegando. Eu não consigo compreender uma cena daquela. Um doente operado se restabelecendo e um oficial de Justiça, que às vezes demora um mês, um ano, dez anos pra notificar alguém, vai lá na ânsia de notificar”, declarou Clécio.
Em sua fala, o legislador também relembrou o atentado sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018 e afirmou que a saúde do ex-presidente continua fragilizada em decorrência do episódio. Clécio questionou ainda o tratamento dado ao ex-mandatário em comparação com outras figuras públicas condenadas por corrupção. Ele citou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e criticou o fato de que, apesar de ter sido condenado a centenas de anos de prisão, Cabral hoje está solto.
Para Clécio Alves, o episódio com o ex-presidente é revelador de uma suposta parcialidade no sistema judiciário brasileiro. “Eu, como brasileiro, fico me perguntando até onde vamos chegar. Como é que a justiça está se propondo a ser feita? O povo brasileiro está vendo isso, todos nós”, concluiu.