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Mães atípicas fazem relatos do dia a dia com os filhos

26 de Maio de 2025 às 15:54

A psicopedagoga e arte-terapeuta Ângela Maria Fernandes, uma das mães participantes da audiência pública que debate os direitos das crianças atípicas seguradas de planos de saúde, afirmou que é inaceitável o descredenciamento pela Unimed de clínicas especializadas e que é preciso pensar nas crianças, nas mães e nas famílias. “São situações desafiadoras e venho, hoje, dar apoio aos colegas que estão nessa causa. Eu sou mãe atípica e sei como é importante esse tratamento”, declarou.

Na sequência, Wanderleia Teixeira de Oliveira também fez uso da palavra e apontou que só quem vive a realidade é capaz de compreender as complexidades vivenciadas pelas famílias de crianças atípicas. “Somos mães que sofremos diariamente. Mães que saem dos seus empregos. Se formos ouvir cada mãe e pai aqui, cada um vive sua dificuldade. Provavelmente, os representantes da Unimed não passam por essa realidade”, disse. Wanderleia apontou que é preciso pensar em outras soluções e que o descredenciamento só aumenta os problemas. “Isso é vergonhoso para a Unimed, pois essas clínicas atendem várias pessoas”, encerrou.

Letícia Amaral é presidente da Associação das Mães em Movimento pelo Autismo de Goiás (MMA-GO) e mãe atípica. Em sua contribuição, ela apontou que um mês de intervenção e terapias especializadas foi suficiente para provocar resultados na mobilidade de sua filha. A presidente da MMA agradeceu ao deputado Mauro Rubem (PT) por abrir as portas do Parlamento goiano para debater a questão.

“Em tese, a Unimed tem mesmo o direito de descredenciar. Mas é preciso lembrar que as regras da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] não deveriam ser entendidas assim. A questão de tese jurídica do vínculo pode ser revista. Quero conclamar os meus colegas advogados que se unam a nós nessa luta. E às mães, eu digo para não desistirem, pois os descredenciamentos irão continuar. Precisamos manter nossa postura e não desanimar, não só por nossos filhos, mas por todas as crianças autistas”, declarou Letícia.

Maria Rita é servidora no gabinete da deputada Rosângela Rezende (Agir) e também é mãe atípica. Em sua fala, ela apontou as dificuldades que enfrentou desde que seu filho recebeu o diagnóstico. “É tudo muito difícil para a gente, todos os dias temos que militar. Nossa luta precisa ser todos os dias e a Unimed mexeu com as mães erradas. Meu filho começou a falar no ano passado, resultado de um trabalho muito lindo. Eu tenho tentado vaga na Clínica Amplitude há mais de um ano e a vaga para meu filho saiu, o que seria maravilhoso, tendo em vista a logística. E aí veio a triste notícia do descredenciamento. Mas iremos continuar nossa luta”, encerrou.

Após as falas, foi exibido um vídeo, feito por várias mães, que mostra crianças atípicas fazendo terapias e interagindo com os profissionais.

Agência Assembleia de Notícias
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