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Sessão solene prestigia importância de educadores populares. A iniciativa foi do deputado Mauro Rubem

14 de Junho de 2025 às 18:45
Crédito: Sérgio Rocha
Sessão solene prestigia importância de educadores populares. A iniciativa foi do deputado Mauro Rubem
Sessão solene extraordinária em homenagem aos educadores populares.

Uma sessão solene, promovida pelo Mauro Rubem (PT), na manhã deste sábado, 14, no Plenário Iris Rezende, na sede do Legislativo goiano, homenageou os educadores populares.

No discurso que abriu a sessão, o parlamentar conectou a educação ao momento político e socioeconômico brasileiro. “Uma das maneiras de fazer com que a pirâmide da má distribuição de renda no Brasil seja um pouco mais retangular é por meio da educação”, pontuou no início da sua fala.

Mauro Rubem enalteceu a importância da proposta do Governo Federal de zerar o imposto para quem ganha até R$ 5 mil e cobrar impostos, de forma mais justa, de quem ganha acima de R$ 50 mil. O parlamentar criticou segmentos da sociedade que estão pressionando o presidente da República para não aprovar essa medida.

O deputado ressaltou haver um problema de “uma rede federal pública de ensino superior instalada com vagas não preenchidas”, havendo na outra ponta candidatos que precisam de tempo e condições “para poder estudar, se preparar”. Daí, enfatizou, a importância dos educadores populares que ajudam a levar os alunos em situação vulnerável às universidades.

Mauro Rubem também abordou a importância de direcionar recursos das emendas parlamentares – que em 2025 somam R$ 12.966.781 por deputado goiano – para a educação, mencionando fazer isso em relação ao Centro de Educação Popular Leodegária de Jesus, representado no evento pelo seu coordenador, o estudante João Pedro Mascarenhas.

Além de Mauro Rubem e do estudante, compuseram a mesa de trabalhos o conselheiro fiscal da Trilha Uni, projeto do Centro de Juventude Cajueiro, padre Geraldo Marcos; o membro da coordenação colegiada do cursinho popular Comunidade Faz Arte e professor de Biologia, Gabriel da Rocha Barbosa; a diretora do Cursinho Federal de Goiás, Valéria Almeida; e a fundadora do Cursinho Popular Paulo Freire de Catalão, Bruna Cristina Ferreira Alves.

O cantor e compositor Wilson Gandhi musicou uma parte inicial sessão.

Lucas Quirino, estudante, falou como aluno do Leodegária, agradecendo aos professores “guerreiros e guerreiras que lutam por um ensino de qualidade”.

Gabriel da Rocha, do Cursinho Federal, problematizou que os “cursinhos, não só os populares, existem em paralelo ao sistema de educação”. Não são regulamentados e sua existência “é um testemunho do processo de exclusão da seleção em larga escala”, porque precisam ser ministrados para quem já concluiu o ensino médio e quer acessar a universidade.

Assim, complementou, o cursinho ocupa "um lugar quase institucionalizado na sociedade, mas não é [institucionalizado]. É uma questão delicada para a gente que lida com a educação. O cursinho não é parte da construção da educação pública no país”.  

Bruna Cristina, do cursinho Paulo Freire, mencionou indicadores da educação. “As maiores taxas de desemprego recaem sobre quem não concluiu o ensino médio”, um índice de 10% ante 3% para aqueles que concluíram o ensino superior.  

“Apesar da relevância do ensino superior”, pontuou, apenas 18% da população brasileira de 25 anos ou mais tinha esse nível de escolaridade em 2022, número que cai para 12% entre a população preta e parda. Além disso, destacou, Goiás tem a menor taxa de escolaridade líquida no ensino superior entre os estados do Centro-Oeste.

O cursinho Paulo Freire, explicou, surgiu em 2018 em resposta a esse cenário.

Valéria Almeida, do Cursinho Federal de Goiás, agradeceu diretamente aos professores. “Vocês são responsáveis por alunos não desistirem das suas vidas, o que é um peso, mas também uma alegria”, declarou, complementando: “Não é só em um centro cirúrgico que se salva vidas, na sala de cursinho também. A gente não tem noção de que uma palavra que o professor diz, o aluno guarda por uma vida inteira”.

Padre Geraldo Marcos, do Juventude Cajueiro, disse que muitas pessoas “são convencidas de que não vão dar conta, de que não prestam, de que não adianta estudar”, mas o cursinho ajuda no combate a essas noções. “Os cursinhos todos conseguem fazer um bem que a gente nem calcula seria possível. Estamos aqui hoje mostrando que é possível."

João Pedro, do Leodegária de Jesus, falou que o cursinho é um espaço “construído coletivamente” e “não é assistencialista, é uma ferramenta de luta para acessar a universidade, que é muito potente, grandiosa, mas ainda não concentra toda a população”.

Chefe de gabinete de Mauro Rubem, Vânia França, que é licenciada em português e inglês e foi professora da Educação de Jovens e Adultos (EJA), também discursou no evento. Ela destacou a importância da educação em combate ao negacionismo, manifestado, por exemplo, na queda dos indicadores de vacinação.

“Vemos a volta de doenças que estavam erradicadas, vidas comprometidas para sempre por causa da poliomielite”, afirmou, pontuando que a não vacinação é um problema hoje das escolas. “Estamos regredindo como sociedade, como civilização”, lamentou.

Agência Assembleia de Notícias
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