Durante audiência pública promovida pela Comissão da Saúde da Casa, Ana Carolina Lima, esposa do deputado Gustavo Sebba (PSDB), relatou sua experiência como mãe de gêmeas prematuras. O evento, de iniciativa do parlamentar, coloca em discussão políticas públicas voltadas ao cuidado com bebês prematuros e suas famílias.

Ana Carolina relatou que enfrentou uma gestação de risco, diagnosticada com a rara síndrome da transfusão feto-fetal. A condição exigiu cirurgia intrauterina em São Paulo e, posteriormente, um parto prematuro às 30 semanas. Suas filhas, Alice e Anna, nasceram com menos de 1,2 kg e passaram mais de 60 dias internadas na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal.

“Foi uma montanha-russa emocional. Ver minhas filhas lutando para respirar, enquanto eu, ainda no pós-parto, tentava dar conta de tudo. Vi mães perderem seus filhos. É uma dor que ninguém esquece”, disse Ana.

A depoente destacou também a importância de um pré-natal de qualidade, o apoio psicológico às mães e a estrutura das UTIs neonatais, com profissionais e banco de leite funcionando adequadamente. “Eu tive acesso, mas muitas mães não têm. Precisamos garantir isso pelo Sistema Único de Saúde. Estamos falando de vidas.”

Ao final, Ana agradeceu ao marido, o deputado Sebba, pela sensibilidade ao propor o debate: “É preciso falar sobre a prematuridade com seriedade e ação. Que nenhuma mãe passe por isso sozinha”.

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prematuridade refere-se ao nascimento de um bebê antes de completar 37 semanas de gestação, condição que pode trazer diversos riscos à saúde do recém-nascido.