A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por meio de sua Assessoria Adjunta de Atividades Culturais sediou, na manhã desta sexta-feira, 15, a primeira oficina do projeto itinerante “Eixo, Educação e Cultura Popular”, com o tema “Arte para todos: a democratização da cultura para pessoas com deficiência”. O evento, que faz parte de uma iniciativa financiada pela Lei Aldir Blanc, aconteceu no bloco C, do Palácio Maguito Vilela e contou com a participação de nove alunos do Centro de Orientação, Reabilitação e Assistência ao Encefalopata (Corae). No total, o projeto atende a aproximadamente 60 alunos, divididos em turnos.

A primeira edição do projeto, que estreou no Parlamento goiano, continuará sua jornada em outras entidades, como o Centro de Reabilitação São Paulo Apóstolo (Crespa), o próprio Corae, e a Associação dos Surdos de Goiânia (ASG). A ação oferece oficinas de desenho, pintura e grafismo indígena, incentivando a expressão artística e fortalecendo vínculos comunitários.

Durante a oficina, os alunos receberam a visita do deputado Mauro Rubem (PT), apoiador da iniciativa. O parlamentar ressaltou a importância da cultura e da arte como formas de expressão humana e destacou a abertura da Alego para iniciativas sociais. "A cultura e as diversas formas de expressão, a arte, a música, a dança, o hip-hop, são fundamentais para o ser humano", afirmou.

O legislador lembrou que a Assembleia Legislativa, nessa legislatura, tem sido uma porta aberta, praticamente transformado no centro cultural. "E hoje é ainda melhor, porque nós estamos fazendo a impulsão social, a arteterapia que está sendo desenvolvida aqui", completou, mencionando que a Casa de Leis busca aumentar o orçamento para ações culturais e que a cultura é uma ferramenta para "quebrar paradigmas, preconceitos e trazer para a realidade".

Inclusão

Chefe da Assessoria Adjunta de Atividades Culturais da Alego, Emiliana Pereira expressou sua satisfação em receber o projeto, ressaltando o papel do Parlamento como um espaço de inclusão. “A gente fica muito feliz, porque quando o professor Flamarion nos procurou, buscando essa aventura na Casa, poder oferecer para eles a estrutura de um projeto que visa tanto a questão da arte e educação, da acessibilidade, da inclusão social, nas suas diversas deficiências, e poder recebê-los aqui, nesse primeiro encontro, é muito gratificante, e mais uma vez é reafirmando que a Assembleia tem se tornado esse espaço de inclusão, de acolhimento, principalmente com projetos que buscam justiça social, um projeto tão relevante para a sociedade.”

O coordenador e idealizador do projeto, Mateus Flamarion, enfatizou a importância de democratizar a arte e a cultura para um público que, segundo ele, tem pouco ou quase nenhum acesso. "A importância é a democracia da arte e cultura, que é sempre tão elitista. Então, ao levar esse tipo de dinâmica de arte e exposição, eu consigo atingir um público que tem pouco ou quase nada de acesso à cultura, que é o público PCD", explicou.

Flamarion destacou que a iniciativa gera protagonismo social e proporciona uma sensação de pertencimento. "Eles se sentem pertencentes à sociedade. O fato de eles estarem aqui na Assembleia Legislativa já é um ponto positivo na questão psíquica deles, emocional", finalizou.

No período vespertino, a partir das 16 horas, o projeto terá continuidade com a abertura da exposição "Arte para Todos", composta por 24 obras. A mostra é assinada por três artistas goianos de trajetórias marcantes: Délio Francisco, Alexandre Liah e Alberto Tolentino. Suas obras exploram o espiritual, as paisagens urbanas e as narrativas oníricas, respectivamente.