Proposta pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto, a Casa homenageou assistentes sociais em  cerimônia realizada no Plenário Iris Rezende Machado, nessa terça-feira, 19. Profissionais da área receberam o Certificado de Mérito Legislativo, como forma de reconhecimento do Parlamento à importância da atividade, que promove o bem-estar da população.

A pedido de Peixoto, que se atrasou em outra agenda, o deputado Veter Martins (UB) iniciou a sessão solene extraordinária, presidindo os trabalhos. Na mesa diretiva, estiveram ao lado do parlamentar os assistentes sociais Maria Aparecida de Oliveira, Natan Martins da Silva e Cláudia Maria Gualberto da Silva e a prefeita de Iporá, Maysa Peres (Avante).

Martins ressaltou que a homenagem à categoria dos assistentes sociais é mais do que merecida, especialmente na época em que vivemos. “Todas as profissões são importantes, mas a gente vive em um mundo em que a assistência social, hoje, é de muita valia. Profissionais como vocês merecem ser homenageados todos os dias pelo grande e relevante trabalho que prestam.”

Martins também pontuou que, desde que iniciou na vida política, como vereador em Aparecida de Goiânia por dois mandatos, depois como secretário e vice-prefeito, tem testemunhado o quanto a atuação desses profissionais é fundamental no atendimento à sociedade. “Em todas as funções que eu ocupei, eu percebi a importância do trabalho de vocês”, afirmou.

Ao fazer uso da palavra, a assistente social Maria Aparecida de Oliveira revelou que exercer a assistência social sempre foi um sonho, que ela acalentava desde muito nova, mas que só conseguiu realizar após os 35 anos e, ainda assim, com muita dificuldade. “Eu não tinha condições financeiras para pagar um cursinho, tive que estudar em casa. Tinha criança pequena, tinha trabalho, cuidando de casa, cuidando de filho, mas eu lutei. Prestei vestibular e passei.”

A profissional contou também que durante a graduação se apaixonou pelo estudo e não parou mais de se aperfeiçoar para exercer cada vez melhor a profissão. Ela lembrou que o profissional da assistência social atua, normalmente, onde ninguém quer estar. “É nas periferias, nos Cais [Centro de Atenção Integral à Saúde], nos hospitais, nas instituições, que os assistentes sociais estão. E é por isso que estamos hoje aqui fazendo essa homenagem, para valorizar esses profissionais.”

Grandes desafios

A assistente social Cláudia Maria Gualberto da Silva recebeu o Certificado do Mérito Legislativo e discursou em nome dos homenageados. A profissional iniciou suas palavras, afirmando que se sentia emocionada e honrada por representar os colegas na solenidade, mas destacou que a profissão é cercada de grandes desafios. “Nós estamos vindo de uma realidade de pós-pandemia que nos coloca em condições, às vezes, de muitos questionamentos; questionamentos profissionais, questionamentos das políticas de governo, das políticas de Estado, que muitas vezes não conseguem alcançar as demandas dos nossos assistidos.”  

A profissional discorreu que a desigualdade social, ainda muito gritante, é outro desafio, que exige dos assistentes sociais uma postura coerente, ética, amorosa e de aprimoramento profissional. “Isso, para nós, assistentes sociais, é doloroso, sim. Isso dói. E isso nos faz refletir e nos faz, cada vez mais, buscarmos aprimorar os nossos conhecimentos, porque é através dele que vamos acessar, da forma como estamos acessando, espaços cada vez mais desafiadores dentro das nossas propostas, enquanto profissionais que atuam diretamente na garantia de direitos.”

Ao assumir a presidência dos trabalhos, Bruno Peixoto contou que descobriu a importância da assistência social ainda muito jovem, quando entrou na faculdade e namorou uma moça que fazia o curso de Serviço Social. Foi essa estudante que mostrou a ele toda a relevância da atuação do assistente social.

Casa de apoio

Anos depois, continuou Bruno Peixoto, em 2011, ele montou uma casa de apoio, após fazer um compromisso e atendendo a um amigo, que era vereador na cidade de Britânia e trouxe para Goiânia um paciente que não tinha onde ficar. Ele então alugou uma casa e comprou duas camas, dando início à casa de apoio, que hoje atende, em média, 100 pessoas por dia, e é totalmente custeada por Bruno Peixoto, com recursos privados.

“E lá eu tenho quatro assistentes sociais, que fazem a recepção. É quem ouve, é quem entende a dor, é quem sente a dor para poder dar a solução à necessidade. Porque às vezes falta um abraço, falta um bom dia. E se no momento de dor, você não tiver esse acolhimento, se não tiver esse preparo, como o assistente social tem, corre o risco de a pessoa não chegar à cura plena.”

O parlamentar também se comprometeu a trabalhar, como legislador, pela melhoria da profissão. “Porque vocês merecem, vocês sentem a população, vocês têm o dom. Aproveitem, multipliquem esse dom para que possamos, cada dia mais, ajudar as pessoas.”