Exame de doenças hepáticas em recém-nascidos vai à sanção
O Plenário aprovou, em segunda votação, nesta quarta-feira, 3, uma matéria que obriga a realização do exame de verificação dos níveis de fosfatase alcalina em todos os recém-nascidos nos berçários hospitalares e maternidades de Goiás, e subsequentes avaliações genéticas quando necessárias. De autoria do ex-deputado Fred Rodrigues (PL), a matéria foi protocolada na Casa com o nº 562/23.
De acordo com o autor da propositura, o objetivo é diagnosticar doenças e alterações hemolinfas de maneira precoce para favorecer o bem-estar dos recém-nascidos e antecipar os devidos tratamentos.
Em suas justificativas, Fred Rodrigues explica que a fosfatase alcalina é uma enzima que está presente em diversos tecidos do corpo e seu exame é utilizado para investigar doenças no fígado e nos ossos, bem como defeitos esqueléticos severos decorrentes da falta de mineralização adequada dos ossos, convulsões recorrentes, dores musculares até a perda precoce das dentições.
O exame de fosfatase alcalina mede os níveis dessa enzima no sangue. Os resultados acima do normal de fosfatase alcalina podem indicar obstrução biliar, condições ósseas, tumores ósseos, doença hepática ou hepatite, hiperparatireoidismo, leucemia, linfoma, doença de Paget, raquitismo e sarcoidose. Por outro lado, os níveis abaixo do normal indicam: hipofosfatasia, subnutrição, deficiência de proteína ou doença de Wilson.
Este exame geralmente é pedido juntamente com outros que avaliam a função hepática. Uma das principais doenças causadas pela alteração dessa enzima é a hipofosfatasia (HPP), doença genética caracterizada por amplo espectro de manifestações clínicas, normalmente relacionadas com a demora do diagnóstico. Ela prejudica a função da enzima fosfatase alcalina, e pode levar à morte dos indivíduos afetados nos períodos iniciais de vida.
“É importante destacar que para as formas leves e moderadas, o indivíduo afetado pode conviver por anos com os sintomas até que seja diagnosticado de forma tardia. Além disso, os estudos demonstram que, quanto mais precoce se iniciar o tratamento, mais evidentes serão os benefícios observados e o impacto da HPP será significativamente atenuado”, esclarece Rodrigues.