Durante sessão solene em homenagem aos profissionais da saúde mental, o fundador do Instituto Olhos da Alma Sã, psicólogo Jorge Monteiro,  discursou em defesa da valorização da saúde mental no Brasil. O profissional  explicou que o Instituto Olhos da Alma Sã é uma organização não governamental sem fins econômicos constituída juridicamente, criado em 1997 na cidade de Goiânia. "Atuamos na área de saúde mental com pacientes psiquiátricos e na área de psicologia clínica, tratando todo tipo de psicopatologias, doenças mentais, atuando na clínica particular, em trabalhos de grupo de apoio ou em nosso programa de atendimento para as comunidades carentes."

Monteiro dedicou a sessão à psicóloga e psicoterapeuta Alessandra Souza, que faleceu no primeiro semestre deste ano após lutar contra um câncer. Ele lembrou que, mesmo em cuidados paliativos, Alessandra seguiu atendendo pacientes até duas semanas antes de sua morte. “Ela amava a profissão e a saúde mental. Dedico este trabalho a essa heroína anônima.”

O psicólogo chamou atenção para os números da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam que 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com transtornos mentais. “Estamos diante de uma pandemia silenciosa e catastrófica, que ameaça colapsar os sistemas de saúde, pois o investimento é insuficiente. O governo aplica apenas 3% em saúde mental, quando alguns estudos indicam que esse porcentual pode ser ainda menor”, destacou.

Monteiro também  criticou a falta de união entre profissionais da área e pediu mais empatia e comprometimento. “Estou cansado de ver profissionais arrogantes e vaidosos. O que precisamos é de gente que se importe, que esteja na rua, junto da comunidade, ajudando quem precisa.”

O gestor ainda anunciou o lançamento do seu livro “A queda do paraíso e o transtorno bipolar”, sobre transtorno bipolar, motivado pela dificuldade que pacientes enfrentam para receber um diagnóstico preciso. “É um absurdo um paciente levar até dez anos rodando de consultório em consultório sem resposta. Precisamos qualificar mais os profissionais.”

Jorge Monteiro encerrou sua fala afirmando que os homenageados estão fazendo a diferença na vida da sociedade. “Vocês estão na linha de frente de um trabalho que não tem fim. O trabalho de cada um aqui transforma vidas”, concluiu.

 Durante a sessão o musico Júnior Seabra apresentou duas canções no plenário.