Durante sessão solene em homenagem aos profissionais de saúde mental, a professora de psicologia Daniele Almeida Santos fez uso da palavra e explicou a importância do trabalho desenvolvido pelas universidades e centros universitários na área da saúde mental. Para ela, essas instituições cumprem um papel essencial ao abrir suas clínicas e serviços de psicologia para atender a população, em apoio às redes públicas que muitas vezes não dão conta da demanda.

Segundo Daniela, os estudantes começam a atuar ainda nos estágios básicos, em unidades de saúde, escolas, empresas e demais espaços comunitários. “O psicólogo dentro da instituição faz muita diferença, auxiliando professores e equipes nas questões subjetivas que impactam o ambiente escolar e social.”

A professora também destacou a responsabilidade dos docentes na formação de profissionais éticos e qualificados. “É fundamental entregar ao mercado de trabalho psicólogos preparados, com competências técnicas e também com análise pessoal, para atender com maestria seus pacientes”, disse.

Ao final, Daniela reforçou a importância de valorizar o papel dos professores na formação dos futuros profissionais. “Muitas vezes o professor não é reconhecido como deveria, mas todos nós já passamos pela sala de aula e sabemos da importância desse processo. As clínicas estão de portas abertas. Precisamos caminhar juntos.”

Defesa da Raps

Vice-reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Camila Cardoso Caixeta destacou a importância da defesa da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e a contribuição da universidade na formação e no fortalecimento das políticas públicas de saúde mental. Ela agradeceu o espaço cedido pelo deputado Mauro Rubem (PT), e enfatizou a necessidade de avançar além da defesa da Raps. “Em 2025, não deveríamos mais estar lutando para garantir a rede, mas sim discutindo o seu fortalecimento, já que as evidências científicas mostram o impacto positivo do cuidado em liberdade na vida das pessoas.”

A professora ressaltou os desafios enfrentados pelas universidades públicas, como cortes de recursos e ataques às carreiras de docentes e técnicos administrativos, mas reafirmou o compromisso da UFG em seguir atuando na produção de conhecimento e na formação de profissionais. “Apesar de todas as dificuldades, nós não podemos parar de caminhar. Juntos cuidamos melhor”, disse.

A acadêmica anunciou a realização do 6º Encontro Goiano de Saúde Mental, em Goiânia, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, no Centro de Eventos da UFG. O evento será gratuito e contará com palestras, oficinas e rodas de conversa. “Se tem algo que esse encontro promove é o fortalecimento dos laços e das pessoas que acreditam e trabalham pela saúde mental”, concluiu.

O deputado Mauro Rubem também destacou, de forma breve, a importância de homenagear os profissionais da saúde: “Apesar de ser um dia de alegria e reconhecimento, não podemos deixar de abordar assuntos sérios que precisam ser questionados”.

O legislador criticou o modelo de gestão por meio das organizações sociais de saúde, que são entidades privadas, sem fins lucrativos, contratadas pelo Estado para administrar unidades públicas de saúde, como hospitais e unidades de pronto atendimento (Upas) “Essas organizações são hoje um dos principais problemas da saúde pública. Para vocês terem uma ideia, nem nós, parlamentares, conseguimos fiscalizar o que acontece dentro delas. E por quê? Cadê a transparência?”, indagou.