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Por iniciativa de Bruno Peixoto, Parlamento reforçou a importância da doação de orgãos em sessão solene nesta terça-feira, 10

10 de Setembro de 2025 às 11:00
Crédito: Denise Xavier
Por iniciativa de Bruno Peixoto, Parlamento reforçou a importância da doação de orgãos em sessão solene nesta terça-feira, 10
Sessão solene extraordinária em homenagem aos profissionais envolvidos no transplantes de órgãos no Estado de Goiás

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB), realizou sessão solene na manhã desta quarta-feira, 10, em homenagem a médicos, equipes de saúde e gestores que contribuem para salvar vidas por meio dos procedimentos de transplante de órgãos. O evento teve lugar no Plenário Iris Rezende da Casa de Leis.

Além do presidente, compuseram a mesa diretiva: o presidente do Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde), Bruno Magalhães; a gerente de transplante da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Katiuscia Christiane Freitas; o primeiro vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CRM-GO), Vagner Gil; a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Soraya Brito; o comandante do Centro de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Alberto Faleiro; o diretor-geral do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Guillermo Pinheiro de Lemos; o secretário de Saúde do Meio Ambiente do Trabalho da Alego, Eduardo Bernardes; e o secretário de serviços médicos da Casa, Lucas Adorno. 

Eduardo Bernardes Alves, em seu discurso destacou a importância da solidariedade no processo de doação. “Quando uma família decide doar, ela transforma a dor em esperança. Quem doa não apenas salva vidas, mas planta a eternidade no coração de outras famílias”, afirmou, ressaltando que a doação de órgãos vai além de campanhas pontuais.

Ele defendeu a criação de políticas públicas permanentes. Entre as propostas sugeridas estão: Instituir oficialmente a Semana Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos, com ações educativas em escolas, universidades e meios de comunicação; oferecer apoio psicológico e social às famílias doadoras; valorizar os profissionais de saúde, garantindo melhores condições de trabalho;  criar um selo de honra às famílias doadoras, em reconhecimento ao gesto de generosidade.

Para o secretário, o ato de doar representa mais que medicina.“Isso é um milagre humano. Doar um órgão é escrever uma nova história, mesmo quando a vida parece ter chegado ao fim. Quem doa não parte, permanece vivo em cada coração que continua batendo”, concluiu.

Conscientizando a população

O deputado Bruno Peixoto relembrou sua juventude, quando escolheu ser doador ao emitir sua carteira de identidade. “Na época, muitos amigos colocaram ‘não doador’ por medo de que isso pudesse ser usado de forma equivocada. Eu, no entanto, escolhi ser doador, e até hoje carrego isso comigo. É preciso conscientizar a população, mostrar que doar salva vidas e que os profissionais da saúde trabalham sempre para promover o bem.”

O legislador ressaltou que ainda existe desinformação em torno da doação de órgãos, o que reforça a necessidade de campanhas educativas permanentes em escolas, universidades, redes sociais e meios de comunicação. “Quando uma mãe brinca com seus filhos porque recebeu um coração, a vida continua. Essa fala do Dr. Eduardo [Bernardes Alves] foi muito bonita e precisa ser levada para todos. Só através da conscientização vamos desconstruir medos e mitos que afastam as pessoas da doação.”

Peixoto também se comprometeu a trabalhar na apresentação de um projeto de lei com as ideias sugeridas por Alves. Além disso, lembrou que a aeronave da Assembleia Legislativa tem como prioridade o transporte de órgãos para transplantes. “Fiz questão de assinar a ordem que coloca como prioridade o transporte de órgãos pela aeronave do Parlamento. Isso já tem salvado vidas e é motivo de muita alegria poder contribuir dessa forma.”

O presidente concluiu reforçando que a Assembleia Legislativa será parceira em todas as iniciativas que fortaleçam a cultura da doação. “Podem contar comigo. Há um deputado estadual que defende essa causa e vai trabalhar para que a Semana da Doação de Órgãos seja acompanhada de políticas públicas permanentes”.

Sim à doação

"A sociedade deve dizer sim à doação de órgãos." Assim expressou a gerente de transplante da SES, Katiuscia Freitas, em seu  discurso. “Se vocês estão aqui, de alguma forma vocês contribuíram com o processo de doação de órgãos. Temos aqui diversos profissionais que nos ajudam direta ou indiretamente. A nossa luta é grande porque falar de doação é falar de morte, e, na nossa sociedade, falar de morte não é um assunto fácil.” 

Segundo ela, Goiás tem muitas pessoas não doadoras por não conhecerem como funciona o processo, o que indica que as famílias precisam conversar sobre esse assunto para que o Estado avance no número de doações. “Hoje, há uma recusa muito grande, muito acima da média brasileira”, lamentou. 

Freitas assegura que todo o mérito é da família doadora para a qual os profissionais sempre batem palmas, pois quem doa escolhe que a vida continua, ressignificando a morte do seu ente querido e dando oportunidade para a vida de outras. Ela pontuou que quando uma família diz sim, existe uma corrente de solidariedade para permitir que o milagre da vida continue.

Em seguida à fala da gestora, foi exibido um vídeo que demonstra como ocorre todo o processo da doação até o transplante, por meio da integração de diversas equipes de transporte de órgãos e transplante.

Experiências

Diretor-geral do Hugol, Guillermo Sócrates Pinheiro de Lemos destacou a relevância da conscientização e compartilhou experiências marcantes sobre o poder de um simples “sim” à doação de órgãos. “Na última sexta-feira, recebi um chamado logo cedo para auxiliar no diagnóstico de morte encefálica numa cidade do interior. Após a confirmação e a decisão da família em autorizar a doação, conseguimos realizar a captação de coração, rins, córneas e fígado, salvando mais de cinco vidas. Tudo começou com um ‘sim’.”

O médico lembrou que a decisão de ser doador deve ser manifestada ainda em vida, evitando que, em momentos de dor, familiares tenham de tomar essa decisão sozinhos.“Não podemos deixar essa escolha para a família, em meio ao sofrimento. Precisamos dizer ‘sim’ em vida, para que a vida continue.”

 Segundo Lemos, Goiás enfrenta hoje uma taxa de recusa à doação que chega a 70%, consequência direta da falta de informação e do peso de mitos em torno do processo. Ele lembrou que a doação não compromete a integridade do corpo e reforçou a necessidade de ampliar a conscientização por meio de campanhas educativas. “Muitos ainda acreditam que a doação impede o velório aberto, o que não é verdade. É fundamental esclarecer e desmistificar esses pontos para que mais famílias possam dizer ‘sim’ e salvar vidas.”

O médico também destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no processo de transplantes, lembrando que mais de 75% da população depende exclusivamente dele. “O SUS nasce do encontro entre técnica e generosidade, entre protocolo e compaixão. E quem trabalha nele sabe: a vida depende de segundos e decisões.”

 “Que o Setembro Verde renove o compromisso de todos nós em falar sobre doação de órgãos em casa, nas escolas, nas redes sociais e em cada espaço possível. Porque doar é prolongar a vida e transformar a dor em esperança”, concluiu, fazendo referência a este mês, que aborda duas causas importantes no Brasil: a inclusão de pessoas com deficiência e a doação de órgãos.

Agência Assembleia de Notícias
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