Participantes destacam legado e missão da UFJ em sessão solene
Na manhã desta terça-feira, 16, a sessão solene em homenagem à Universidade Federal de Jataí (UFJ), realizada no Plenário Iris Rezende da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), reuniu docentes, servidores, estudantes e autoridades. Ao longo das falas, os participantes ressaltaram a trajetória de interiorização do ensino superior, a resiliência institucional e o papel da universidade no desenvolvimento do Sudoeste goiano.
A professora Eva Aparecida de Oliveira abriu sua participação celebrando o ineditismo do reconhecimento pelo Parlamento goiano e valorizando a produção acadêmica conectada ao território. “Hoje é um dia que entra para a história. É a primeira vez que a Casa do Povo direciona sua luz para celebrar, em toda a sua magnitude, a UFJ”, afirmou. Ela rememorou mobilizações estudantis e docentes que impediram o desmonte de laboratórios e garantiram a continuidade do campus no passado. “A ciência que se faz aqui não é de gabinete isolado. Ela tem cheiro de terra, sabor de fruta do Cerrado e pulsa nas cidades do interior”, disse, dirigindo-se também a discentes e técnicos. “Não sonhem pequeno. Vocês são a seiva nova dessa árvore frondosa que é a UFJ”.
O professor João Batista Pereira Cabral destacou a trajetória de 26 anos na instituição e a capacidade de superação diante de crises. “A UFJ é uma universidade de resiliência. Já teve tudo para ser extinta e sempre sobreviveu”, pontuou, ao lembrar períodos de salários atrasados e dificuldades operacionais. Em defesa do papel social do ensino superior, reforçou que “as universidades não doutrinam; libertam. Mostram caminhos para que cada pesquisa sirva ao povo brasileiro”.
A psicóloga Aurélia Magalhães de Oliveira Souza fez um resgate histórico institucional, do Campus Avançado de Jataí (1980) à criação da UFJ por meio da Lei 13.635/2018, e sublinhou o protagonismo humano da universidade. “Instituições públicas de ensino são feitas de pessoas que atendem pessoas”, afirmou. Ao saudar os mais de 700 servidores, acrescentou que “O modo como nos acolhemos e atendemos o público é que fará da UFJ um lugar diferenciado”.
O ex-prefeito Vinícius Luz agradeceu o convite e reconheceu o empenho coletivo que culminou na autonomia da universidade. “É louvável ver o Estado de Goiás reconhecer a grandeza da nossa universidade”, disse. Ele recordou articulações com gestões municipais e estaduais para manter convênios e apoiar a estruturação do campus. “Essa história tem muitos personagens. Fica aqui meu registro de reconhecimento pela luta de cada um”.
A vice-reitora Alana Flávia Romani dirigiu-se aos servidores de todas as áreas e níveis, evocando uma imagem de obra coletiva permanente. “Que possamos ver, nas pequenas e grandes ações de todos os dias, o grande motivo pelo qual estamos na universidade. Produzir ensino, ciência, pesquisa e inovação de qualidade”, declarou. Em tom de agradecimento, completou que “a ‘catedral’ que construímos não se dá por finalizada, mas soma-se, diariamente, no trabalho de cada servidor e servidora”.
Encerrando as manifestações, o reitor Christiano Peres Coelho reconheceu a trajetória de lutas e homenageou docentes, técnicos e lideranças que marcaram a história da instituição. “Somos um retrato de um filme que começou há muito tempo”, afirmou, ao destacar desafios das chamadas “supernovas” universidades federais. “Viramos universidade sem ter recebido o pacote de estrutura inicial. Ainda assim, seguimos com resiliência para garantir dignidade aos trabalhadores e qualidade acadêmica”. Ao projetar o futuro, reforçou a vocação regional. “Queremos que a UFJ seja reconhecida com a importância que tem. Uma instituição pública, gratuita, de qualidade, plural e aberta a todos”.