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Expansão populacional

19 de Setembro de 2025 às 11:50
Expansão populacional

Cidades médias puxam crescimento demográfico e Goiás ganha 73 mil moradores entre 2024 e 2025. O Estado foi o quarto em aumento de população no último ano. No plano nacional, o Centro-Oeste lidera o crescimento. 

O número de pessoas que residem em Goiás cresce sobretudo nas cidades médias, em geral consideradas aquelas com populações entre 100 mil e 499 mil habitantes. Trata-se de um total de 15 cidades goianas que respondem por 40 mil dos 73 mil novos moradores estaduais, ou 55%, no último ano.

Essa é uma das constatações das Estimativas da População 2025, que foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e ajudam a entender o mapa demográfico goiano que vem se desenhando em anos recentes.

O levantamento mostra o crescimento de cidades médias tanto do entorno de Goiânia e de Brasília quanto de outras regiões, caso de Caldas Novas, Mineiros, Catalão e Rio Verde.

Por outro lado, 92 municípios, do total de 246 de Goiás, perderam habitantes no último ano. São sempre municípios pequenos, tendo 76 deles menos de 10 mil habitantes.

As cidades mais populosas do Estado, Goiânia e Aparecida de Goiânia, seguem crescendo, mas a um ritmo mais lento que o estadual: enquanto a população de Goiás cresceu exato 1% entre 2024 e 2025, a de Goiânia e Aparecida aumentaram, respectivamente, 0,58% e 0,92%.

A capital, de todo modo, ultrapassou a marca simbólica de 1,5 milhão de habitantes – chegou, especificamente, a um total de 1.503.256 pessoas.

Jataí, Luziânia e Anápolis lideram o ranking de aumento populacional das cidades com mais de 50 mil habitantes e menor taxa de crescimento registrada 

A população da Região Metropolitana de Goiânia cresceu 1,07%, um pouco acima da média estadual, mas a de alguns municípios nela muito mais que isso (confira gráficos nesta matéria).

Brasília e Entorno vivem um fenômeno afim: a capital cresceu 0,47%, mas a sua região metropolitana quase o dobro dessa taxa, 0,79%.

“As capitais Goiânia e Brasília oferecem ótimas condições de emprego, renda, educação e saúde, mas têm o custo com moradia mais alto do que os municípios dos entornos”, contextualiza o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Vieira. Goiânia, especifica, é a segunda capital brasileira com menos domicílios próprios, atrás apenas de Palmas, e Brasília está apenas duas posições acima de Goiânia nesse quesito.

Por isso, explica Vieira, as famílias optam por residir em municípios como Senador Canedo e Valparaíso. O crescimento de outras cidades de porte médio, como Rio Verde, Catalão, Mineiros e Cristalina, está ligado ao agronegócio e a serviços. Caldas Novas, como é notório, tem grande influência do turismo e da sua empregabilidade.

O menor custo de moradia e a boa empregabilidade nos setores do agronegócio, de serviços e de turismo são alguns dos fatores que explicam o crescimento dessas cidades

Águas Lindas, com crescimento acelerado, deve receber projeto-piloto de integração

A 50 quilômetros do Plano Piloto de Brasília, Águas Lindas de Goiás subiu de 240.613 habitantes para 245.352, um aumento de 1,93%, quase o dobro do estadual. Desde o Censo Demográfico de 2022, a cidade se tornou a quarta mais populosa de Goiás, ocupando o lugar de Rio Verde.

Com base eleitoral no município, Anderson Teodoro (Avante) afirma que sempre se tratou “de uma cidade de muitas oportunidades”, e que mais pessoas vêm percebendo isso. Ele menciona o custo de vida menor que o de Brasília e uma oferta cada vez melhor de “condições de vida e emprego”, atrativos não só para moradores de outras localidades do Entorno do Distrito Federal (DF), mas também de outras regiões do país.

Mais especificamente, o deputado diz que a saúde foi reforçada com a inauguração do Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás, e que “as escolas passaram por uma série de reformas e melhorias”. De sua iniciativa, ele menciona R$ 16 milhões em emendas para saúde, compra de uniformes para alunos da rede municipal e asfaltamento, entre outras iniciativas.

Teodoro também pontua que o município chegou a estar entre os mais violentos do país, mas agora figura como um dos mais seguros do Centro-Oeste.

Sobre os desafios que a rápida expansão demográfica local representa, o parlamentar lembra que “serviços essenciais, como saúde, educação, saneamento e infraestrutura, necessitam de investimentos constantes”, e que no entorno de Brasília, em específico, há “uma grande questão que é a do transporte intermunicipal”.

O deslocamento diário de milhares de estudantes e trabalhadores para o Distrito Federal pesa no bolso, diz, e por isso seu primeiro requerimento como deputado, em fevereiro de 2023, foi o pedido de subsídio da passagem. Goiás e Distrito Federal criaram, em 2025, um consórcio interfederativo em busca de soluções integradas para o tema. Águas Lindas foi escolhida como projeto-piloto da integração.

Valparaíso e Cidade Ocidental crescem o dobro da média goiana

Cidade Ocidental, com 2,57% de crescimento populacional, e Valparaíso de Goiás, com 2,25%, são outras cidades próximas de Brasília com expansão demográfica acelerada.  

“Esse aumento demonstra a força e o potencial da nossa região”, afirma a deputada Dra. Zeli (UB), ressaltando que esses municípios, além de ficarem ao lado da capital federal, não estão distantes da capital goiana. Segurança pública, educação, saúde e mercado aquecido são outros fatores de atração mencionados pela parlamentar.

“Esse crescimento exige planejamento e ação concreta”, disse Zeli. “Não adianta apenas reconhecer o aumento populacional, é preciso dar condições para que as pessoas tenham acesso a serviços públicos de qualidade. Precisamos ampliar escolas, hospitais, postos de saúde, investir em mobilidade urbana e na geração de emprego e renda”, completou.

Isso “não ocorre da noite para o dia”, prossegue a parlamentar, mas “felizmente o Entorno [do DF] não é visto mais apenas como dormitório de Brasília, ele é tratado como prioridade dentro de Goiás, e isso tem feito toda diferença”.

A legisladora afirma já ter destinado mais de R$ 100 milhões em investimentos para Valparaíso, direcionados para saúde, educação e obras de infraestrutura. Para Cidade Ocidental, destinou mais de meio milhão para a estrutura da rede municipal de ensino. Dra. Zeli destaca que esse trabalho resulta de parcerias não só com os Executivos municipais, mas também o estadual.

Centro-Oeste lidera crescimento no país

O município de mais de 100 mil habitantes da Região Metropolitana de Goiânia com o maior crescimento demográfico entre 2024 e 2025 foi Senador Canedo: 2,97%, o que fez com que sua população aumentasse de 169.849 para 175.042 habitantes. Entre 2010 e 2022, segundo o último Censo Demográfico, o município se destacou como aquele de mais de 100 mil habitantes que mais ganhou moradores nesse intervalo em todo o país, 84%.

A população de Abadia de Goiás, também no entorno da capital, cresceu ainda mais, 4,02%, mas tem uma população bem menor, 22 mil pessoas. A de Goianira aumentou 3,36% e passou de 81 mil pessoas; a de Hidrolândia, 2,48%, superando 30 mil moradores.

A população do Estado de Goiás foi a quarta em crescimento no país no último ano, atrás apenas de Mato Grosso (1,49%), Santa Catarina (1,60%) e Roraima (3,07%), essa última com aumento atribuído pelo IBGE à migração internacional, sobretudo à chegada de venezuelanos.

O Centro-Oeste foi a região que proporcionalmente mais ganhou habitantes entre 2024 e 2025 (0,97%). Na outra ponta aparecem, empatados, Sudeste e Nordeste (0,23%).

Em números absolutos, Goiás ganhou 73 mil moradores entre 2024 e 2025, chegando a 7.423.629 pessoas e se mantendo como o 11º estado brasileiro em população.

A data de referência para a população atual é 1º de julho de 2025. O Tribunal de Contas da União (TCU) calcula o Fundo de Participação de Estados e Municípios com base nesses dados. O cálculo do IBGE para se chegar às estimativas é tecnicamente detalhado aqui.

Agência Assembleia de Notícias - Repórter: Thiago Momm
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