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Ciclo de palestras no Legislativo goiano alerta para a atenção aos cuidados com a saúde mental e à prevenção ao suicídio

25 de Setembro de 2025 às 07:28
Crédito: Will Rosa
Ciclo de palestras no Legislativo goiano alerta para a atenção aos cuidados com a saúde mental e à prevenção ao suicídio
Ciclo de palestra "Você não está sozinho: saúde mental importa!"

A Secretaria de Projetos Especiais da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), em parceria com a Escola do Legislativo, realizou, na noite dessa quarta-feira, 24, um ciclo de palestras voltadas à Campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, com o tema “Você não está sozinho: sua saúde mental importa!”. Foram três palestras abordando aspectos diferentes da prevenção ao autoextermínio, com vistas a informar, sensibilizar e abrir espaço para o diálogo e para a reflexão emocional sobre o tema.

Segundo a secretária de Projetos Especiais da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Dra. Cristina Lopes, a ideia foi trazer para a discussão do dia a dia a questão da saúde mental. “A exemplo do nosso corpo, que precisa se alimentar, que precisa se exercitar, a nossa mente, as nossas emoções também precisam desse cuidado, desse alimento. Então, do que que a gente está se alimentando, aonde a gente quer chegar, como estão nossas emoções no mundo, com essa velocidade da internet, com inteligência artificial? É cada vez mais necessário que a pessoa concentre em si mesma para que ela tenha realmente saúde e tenha, não um passado e um presente, mas um futuro”, afirmou.

Dra. Cristina ressaltou que uma das missões dadas pelo presidente Bruno Peixoto (UB), com a instalação da Secretaria de Projetos Especiais, foi de trabalhar os temas que importam à população. “Então, esse é um debate em que a gente convida toda a sociedade a essa reflexão”, resumiu Cristina.

Palestras

A primeira palestra da noite foi ministrada pela psicóloga Carmem Lupianez, que abordou o tema da saúde mental, a partir da violência contra a mulher. A profissional lidera um grupo reflexivo, criado há 3 anos, na Secretaria de Projetos Especiais, para mulheres vítimas de violência.

Carmem esclareceu que a iniciativa tem a parceria da Defensoria Pública de Goiás, que encaminha as mulheres vítimas de violência e que manifestam o desejo de participar do grupo. Nas reuniões semanais, elas recebem, além do acolhimento, aconselhamento jurídico, amparo psicológico, participam de terapias e palestras. Como muitas são carentes, as mulheres ainda ganham um lanche e a tarifa do ônibus. “Hoje, nós trazemos aqui, então, um tema muito relevante ao se tratar da saúde mental e de vidas de mulheres que chegam até nós, fragilizadas com toda essa carga emocional que elas trazem. Então, a gente está aqui para trazer essa reflexão e dizer que vidas realmente importam”, enalteceu.

Na sequência, o psicólogo Sam Cirous abordou a criação de políticas públicas relacionadas ao tema da saúde mental e as campanhas voltadas ao Setembro Amarelo. Segundo ele, ainda existem pouquíssimas políticas públicas de enfrentamento ao autoextermínio, o que impacta na prevenção. “Nós não temos planos, nem transversais, nem específicos para o tema. Nós temos políticos, inclusive, me perdoem, que não querem tocar no assunto, ou porque têm uma experiência pessoal, um trauma pessoal, ou porque desconhecem e acham que, se tocarmos no assunto, vamos aumentar. Então, eu diria, quais políticas públicas nós realmente temos para trabalhar esse assunto? E essa é uma coisa que nós temos que pensar com muita cautela, com muito cuidado”, alertou.

Cirous ainda elogiou a iniciativa da Alego de promover o debate, que, para ele, pode ser o início de um processo fundamental para se pensar a prevenção ao suicídio. “Começar esse debate pelo Legislativo estadual eu acho que é o mais acertado, porque, inclusive, a gente pode convidar os municípios a começarem essa reflexão também. Então, eu acho fundamental esse processo”, ponderou.

Com o tema “Sentir-se bem antes de ajudar alguém”, a última palestra da noite foi do médico Thiago Henrique. Ele falou sobre a importância do autocuidado para que as pessoas possam, efetivamente, ajudar o outro. E isso vale, especialmente, para o auxílio a quem está pensando em tirar a própria vida. “Qualquer coisa que a gente faz na nossa vida, seja o nosso trabalho ou seja atividade de lazer, a gente precisa estar bem, fisicamente e mentalmente. E ajudar uma pessoa também é um ato. Então, você até pode ajudar alguém estando doente também. Mas a ajuda não é a mesma”, afirmou.

O médico também deu dicas de como a pessoa pode identificar que algo não vai bem com a própria saúde mental: “O que eu gosto de explicar, porque fica muito claro, é a disfuncionalidade. O que é um adulto funcional? É o que consegue acordar na hora que ele precisa acordar, que ele pode ir no mercado, vai nas suas atividades de lazer, faz o seu trabalho, relaciona-se com as pessoas do seu ciclo, é um adulto funcional. Quando ele deixa de fazer isso, não por causa da correria, mas por conta de um adoecimento, é o que a gente fala que um transtorno está causando limitações na vida diária dele aí é o sinal de alerta”.

Números

Em 2024, Goiás registrou 756 mortes por suicídio, o que corresponde a um crescimento de 3,85% em comparação a 2023, ano em que foram notificadas 728 ocorrências. As informações fazem parte do Mapa da Segurança Pública 2025, publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Governo de Goiás, por intermédio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), lançou, no dia 9 de setembro deste ano, a Campanha Setembro Amarelo, para alertar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio, da valorização da vida e da promoção da saúde mental.

Agência Assembleia de Notícias
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