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Dificuldades enfrentadas pelos pacientes em tratamento de hemodiálise são debatidas pela Comissão de Saúde da Alego

21 de Outubro de 2025 às 12:30
Crédito: Maykon Cardoso
Dificuldades enfrentadas pelos pacientes em tratamento de hemodiálise são debatidas pela Comissão de Saúde da Alego
Audiência pública para debater a crise da hemodiálise em Goiás

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) realizou, nesta terça-feira, 21, uma audiência pública para discutir as dificuldades enfrentadas pelos pacientes que necessitam de tratamento de hemodiálise.

A solicitação da audiência partiu do paciente renal crônico e representante da sociedade civil, Clodoaldo Pereira de Araújo, e foi acolhida pelo presidente da Comissão de Saúde da Alego, deputado Gustavo Sebba (PSDB).

Além do deputado Gustavo Sebba e de Clodoaldo Pereira participaram da mesa de trabalhos o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Vagner Ruiz Gil; a presidente da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil, Maria de Lourdes da Silva Alves; a representante da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Viviane de Oliveira; o nefrologista Ricardo Mothé e a coordenadora de nefrologia da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Adriana de Queiroz. Ainda participou de maneira remota, a defensora pública da União, Larissa Martins.

Durante a audiência, o deputado Gustavo Sebba abordou a necessidade de discutir o tema na Casa de Leis. “Nós estamos vendo as clínicas que fazem hemodiálise cada vez mais sufocadas, com mais dificuldades e, o que é mais grave, com atrasos de repasse institucionais, constitucionais, recursos que vêm, a exemplo do Governo Federal, exclusivos para isso, sendo retidos pela Prefeitura de Goiânia. Além disso temos a falta de complementação por parte da Secretaria Estadual de Saúde e a ausência de reajustes nos valores”, disse.

Sebba destacou que os pacientes renais crônicos têm urgência e não podem esperar por atendimento. “Estamos falando de pacientes renais crônicos que dependem dessa hemodiálise, que não têm outra alternativa para sobreviver. É um tema muito grave e os pacientes nos procuraram para que pudéssemos fazer essa audiência pública, para que possamos levar, aos órgãos competentes, essas denúncias, para que sejam investigadas e resolvidas. Queremos solucionar o problema para que esses pacientes tenham acesso a sua hemodiálise”, apontou.

Na sequência, todos os participantes da mesa fizeram uso da palavra. Clodoaldo Pereira de Araújo disse que nesse dilema de empresários e governos, quem tem sofrido é o paciente. “Pedimos que seja cumprida a obrigação, nenhum decreto de calamidade pública deve se sobrepor à Constituição Federal e precisamos que os atendimentos aos pacientes que fazem hemodiálise sejam normalizados”, frisou.

A presidente da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e transplantados do Brasil, Maria de Lourdes da Silva, ao se manifestar, ressaltou que fazer hemodiálise é a única opção de vida para muitos. “É um tratamento que não escolhe cor nem classe social. Qualquer um de nós estamos sujeitos a passarmos quatro horas ali, por isso nós pedimos o apoio".

O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Vagner Ruiz Gil, frisou que o paciente em estágio de insuficiência renal crônica depende da sustentabilidade desse sistema para sua sobrevivência. “É imperativo que o Estado cumpra seu dever constitucional de assegurar o acesso à saúde. Nós, como autarquia fiscalizadora, estamos atentos e esperamos que as autoridades públicas cumpram os princípios da administração pública, em especial a eficiência na gestão dos recursos da saúde.”

A coordenadora de nefrologia da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Adriana de Queiroz, frisou que o Estado tem progredido significativamente na oferta de hemodiálise, por meio das policlínicas já estabelecidas. “Atualmente, temos policlínicas que atendem em locais estratégicos, oferecendo serviços de excelência na área. Contamos com 68 pacientes em tratamento contínuo e, recentemente, iniciamos a diálise peritoneal ambulatorial contínua estadual, com seis pacientes em acompanhamento. Essas clínicas foram otimizadas para prestar assistência a pacientes em tratamento contínuo. Adicionalmente, dispomos de clínicas em Goianésia, Quirinópolis e Formosa. Exceto em Goianésia, todas operam com capacidade total. Diante desse cenário, observamos um aumento no número de pacientes com doenças renais no Estado”, concluiu.

Antes de finalizar a audiência, o deputado Gustavo Sebba leu o requerimento enviado pela Prefeitura de Goiânia referente às reclamações sobre atrasos nos repasses. “A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que o processo de pagamento referente a agosto será realizado até amanhã. Disseram que consideram que outros pontos debatidos são relevantes e serão analisados. Ainda falaram que a Prefeitura demonstra preocupação em restabelecer o diálogo com os responsáveis, buscando sensibilizá-los sobre a importância da questão, a fim de encontrar uma solução que beneficie os envolvidos”, finalizou.

Agência Assembleia de Notícias
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