Palácio Maguito Vilela sedia, durante toda esta sexta-feira, 12, o Seminário “Aspectos do Transtorno do Espectro Autista”
Ao longo de todo o dia desta sexta-feira, 12, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) é palco de um seminário sobre os “Aspectos Gerais Sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. O evento, no auditório 1, no térreo da Casa, faz parte de uma iniciativa do vereador de Goiânia Major Vitor Hugo (PL) em parceria com a Comissão de Saúde da Casa de Leis, e vai ser estruturado em quatro mesas temáticas: saúde, educação, transporte e direitos.
Além do vereador, participaram da primeira mesa dos trabalhos com a temática da educação a professora da Educação Básica e Inclusiva de Senador Canedo, Rossana Duarte; a psicopedagoga Liza Lima; a representante da Secretaria de Educação de Goiânia, Isabel Rocha; e a diretora da Secretaria de Esportes de Goiânia, Adriana Reis.
Após as falas de cada temática, o mediador geral e médico responsável pelo Ambulatório Multiprofissional de Aparecida de Goiânia (Amag), Gilson Carlos Batista de Souza, faz suas interferências considerando o que traz a bibliografia e os estudos científicos mais atualizados. Ele iniciou discorrendo sobre o aumento no diagnóstico de crianças e adolescentes com TEA, considerando mudanças no critério de avaliação. E ponderou que a gravidez tardia, a prematuridade no nascimento e a base genética são fatores que contribuem com o transtorno.
O médico enfatizou que, devido às mudanças sociais, as crianças estão sendo expostas as telas cada dia mais cedo, perdendo muito na interação social e tendo como consequência uma comunicação atrasada, onde o marco esperado para a idade não é atingido, exigindo uma intervenção precoce para que ela não desenvolva comportamento antissocial muito similar ao autista.
Palestras
A primeira palestra, proferida pela professora Rossana Duarte, trouxe o tema “Autismo e Educação Inclusiva - Construindo Pontes de Aprendizagem e Pertencimento”. Rossana afirmou que é necessário reavaliar a formação do corpo docente e ampliar a formação profissional com matérias relacionadas a essa temática, pois ainda existem muitas dificuldades no ambiente escolar, onde as estruturas precisam contemplar as exigências das crianças neurodivergentes.
A segunda oradora foi a psicopedagoga Liza Lima, que abordou sobre “Quando o Corpo Aprende e a Escola Acompanha - Gestão, Docência, e Inclusão para Crianças Autistas”, em que discorreu a necessidade dos constantes avanços reforçando a tese anteriormente apresentada.
Em sua fala, a psicopedagoga explicou que a formação inicial não dá conta do campo do autismo, os avanços precisam ser constantes, sendo necessário que os profissionais estejam preparados para o atendimento do problema em qualquer idade, lembrando que essas pessoas precisam se desenvolver da melhor forma possível para que o adulto autista possa desenvolver autonomia e independência. Ela destacou que “é com sensibilidade e estratégia que se pode formar um autista”.
A terceira apresentação foi da representante da Secretaria de Educação de Goiânia, Isabel Rocha, que explanou sobre as ações desenvolvidas pela pasta nos últimos dois anos. De acordo com Isabel, atualmente existem 378 unidades educacionais e 92 salas com recursos multifuncionais.
Rocha pontuou, entretanto, que a demanda vem aumentando constantemente e, por conta disso, os atendimentos estão sendo cada vez mais ampliados. E para 2026, o município de Goiânia deve contar com 200 salas que dispõem desse tipo de recurso.
Seminário
O evento visa a debater o fortalecimento das políticas públicas de inclusão, a formação continuada dos profissionais da educação e a ampliação dos serviços essenciais destinados às pessoas com TEA e suas famílias.
Especialistas de diversas áreas participam do seminário, a exemplo de médicos, terapeutas, psicólogos, além de representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Defensoria Pública, do Ministério Público e de conselhos tutelares.
Os debates têm o objetivo de proporcionar uma abordagem multidisciplinar sobre diagnóstico, intervenção, direitos, rede de proteção, gestão escolar e boas práticas pedagógicas voltadas às pessoas com o transtorno. O encontro ainda conta com o apoio da Superintendência de Identificação Humana da Polícia Civil, que está emitindo a Carteira de Identidade Nacional (CIN) – o novo RG.
As palestras terão continuidade ao longo do dia, desmembrando em outras três mesas temáticas: saúde, transporte e direitos.