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Inclusão social, o progresso na formação educacional

16 de Dezembro de 2008 às 09:20
Artigo do deputado Ozair José (PP) publicado no jornal Diário da Manhã, edição de 16.12.2008.

* Ozair José, deputado estadual do PP

É difícil pensarmos que pessoas são excluídas do meio social em razão das características físicas que possuem, como qualquer outra, como cor da pele, cor dos olhos, altura, peso e formação física. Já nascemos com essas características e não podemos de certa forma ser culpados por tê-las.

A inclusão está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Mas os excluídos socialmente são também os que não possuem condições financeiras dentro dos padrões impostos pela sociedade, os idosos, os negros e os portadores de deficiências físicas, como cadeirantes e deficientes visuais, auditivos e mentais. Existem as leis específicas para cada área, como a das cotas de vagas nas universidades, em relação aos negros, e as que tratam da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

O mundo sempre esteve fechado para mudanças, em relação a essas pessoas, porém, a partir de 1981, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou um decreto tornando este ano como o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiências (AIPPD), época em que se passou a perceber que as pessoas portadoras de alguma necessidade especial eram também merecedoras dos mesmos direitos que os outros cidadãos.

As diferenças enriquecem a vida de todos. A princípio, ganharam alguma liberdade através das rampas, que permitiram maior acesso às escolas, igrejas, bares e restaurantes, teatros, cinemas, os meios de transporte, onde, aos poucos, o mundo foi se remodelando para dar-lhes maiores oportunidades.

Hoje é comum vermos anúncios em jornais, de empresas contratando essas pessoas, sendo que de acordo com o número de funcionários da mesma, existe uma cota, uma quantidade de contratação exigida por lei. Uma empresa com até 200 funcionários deve ter em seu quadro 2% de portadores de deficiência (ou reabilitados pela Previdência Social); as empresas de 201 a 500 empregados, 3%; as empresas com 501 a 1.000 empregados, 4%; e mais de 1.000 empregados, 5%.

Nossa cultura tem uma experiência ainda pequena em relação à inclusão social, com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não querem cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade estabelecido por um grupo que é maioria. E diante dos olhos deles, também somos diferentes.

E é bom lembrar que as diferenças se fazem iguais quando colocadas num grupo que as aceitem e as consideram, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida.

Quando falamos sobre o processo de inclusão social, o que normalmente nos vem em mente, é que estamos nos referindo a alunos especiais ou seja, portadores de deficiências especiais em relação ao acesso à educação. É de ressaltar, que ao fazermos referência a inclusão social não consideramos somente os portadores de deficiência, mas sim diferentes formas de inclusão social sejam elas por distinção de raça (preto, branco, pardo etc.), condição socioeconômica(rico, pobre etc.), distinção de idade (crianças, idosos), sexo (homem,mulher), preferência sexual (heterossexual ou homossexual) etc.

A questão da inclusão é tão séria que já ocorreu um caso em que um casal decidiu tirar seus filhos de uma sala de aula por não aceitar uma professora negra ministrando aula para eles. E o mais interessante é que as próprias crianças mantinham boas relações com a professora. Esta situação nos mostra um ponto a ressaltar: o preconceito vem da geração dos pais, demonstrando que se for trabalhada a conscientização com esta nova geração, podemos ter uma evolução significante na inclusão social.

Na verdade, a inclusão social tem como objetivo inserir os indivíduos na sociedade que não possuem condições devido a diversos fatores. O que tem sido colocado como um dos pontos relevantes para que o processo de inclusão social tenha sucesso é a capacitação dos indivíduos que estão inseridos na formação. Consideramos que aos poucos seja necessário que, através de todo um planejamento, crie-se uma forma de orientar alunos, professores e todos aqueles indivíduos que fazem parte.

A inclusão social é bastante questionada, principalmente nas escolas. Mas a verdade é que na maioria das vezes em que uma pessoa se depara com esta situação diferenciada, o que pode se perceber é a grande desinformação e despreparo da sociedade como um todo.

Sabemos que a mídia tem o grande poder de chamar a atenção e até mesmo de influenciar os indivíduos sobre a forma de pensar e agir diante de certas situações. Sendo assim, precisamos dela como um dos aliados para despertar na sociedade a grande evolução que teremos a partir da inclusão social.

Devemos despertar em cada ser humano o espírito de crescimento social para buscarmos diferentes formas de resolver os obstáculos que a nossa sociedade apresenta, contribuindo para a formação de cidadãos capazes de enfrentar as dificuldades da vida no caminho para o sucesso.

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