Líder do PSDB na Assembelia, o deputado Gustavo Sebba afirma que desde o ano passado, quando o novo presidente assumiu o cargo, o partido vem se preparando para as eleições municipais deste ano. Segundo ele, a meta é fortalecer  a legenda no interior, com estimativa de lançar de 180 a 200 candidatos a prefeito, num trabalho que tem contado com a orientação do governador Marconi Perillo. E os frutos já estão sendo colhidos, com a adesão de vários prefeitos e vereadores de outras siglas, dando ainda mais musculatura ao partido, que tem o maior número de prefeitos do Estado, em torno de 80.

De acordo com o Sebba, as alianças dependem da realidade de cada município. Em alguns deles poderá haver coligação até mesmo com o PMDB, o principal adversário no Estado. “Não queremos radicalismos. Mas cada município deve seguir a orientação do diretório Estadual, que, por sua vez, segue normas do diretório nacional”, assinalou.

Em seu primeiro mandato na Assembleia, Sebba vai lidar, também pela primeira vez, com a experiência de dividir o trabalho no Parlamento com uma eleição. Ele prevê uma aproximação maior dos deputados com suas bases eleitorais no interior, mas acha que isso não vai atrapalhar os trabalhos na Casa. “Dá para conciliar. Temos a segunda, a sexta e os finais de semana para dar assistência aos municípios. É claro que uma ausência ou outra é aceitável, mas não pode ser regra. No meu caso, não vou deixar de apresentar projetos e votar”, garante.

Pelas nova legislação, a eleição deste ano terá um tempo bem mais curto. São 45 dias no total, com 35 dias de palanque eletrônico no rádio e na TV. A opinião de Gustavo Sebba é que os três meses permitidos anteriormente eram cansativos e promoviam uma exposição exagerada do candidato. Mas entende que 45 dias é um período muito curto, que vai favorecer os candidatos já conhecidos.

Em compensação a internet, um espaço mais democrático, vai ter peso maior do que nas eleições anteriores. A sua própria campanha e as campanhas de seu pai, Jardel Sebba (PSDB), para deputado estadual e, por último, para prefeito, são referências para esta evolução do mundo digital na participação política. “Isto é uma tendência. As pessoas estão cada vez mais conectadas.  As redes sociais como twiter, insatagram e facebook tiveram um papel importante nas campanhas anteriores, mas desta vez o peso vai ser ainda maior. A TV ainda tem um alcance maior, mas em breve vai ser ultrapassada pela internet”, prevê.

Quanto ao processo de impeachment de Dilma, o deputado acha que não vai influenciar as eleições deste ano, a não ser que a presidente reassuma o cargo, pois, nesse caso, poderá utilizá-lo com este fim. “Mas isso é muito pouco provável. A presidente deve ser mesmo afastada em defintivo, pois a sociedade quer uma nova configuração política’, avalia.

A descrença dos brasileiros em relação à política por causa das constantes denúncias de corrupção é um dado que preocupa o deputado, pois, em sua opinião, esse desânimo afasta cada vez mais o cidadão do processo eleitoral. “A maioria dos políticos está realmente deixando a desejar. Mas, se a situação está ruim, a solução não é cruzar os braços, pois isso vai beneficiar os corruptos, que poderão se manter em seus cargos. O eleitor precisa debater mais, conhecer e acompanhar o trabalho dos candidatos que elegeram. Se estiver ruim, é preciso tirá-los e dar oportunidade para outros nomes”, enfatiza.

A proibição de financiamento das campanhas pelas empresas não preocupa o deputado. Em sua opinião, deve prevalecer a transparência e o debate de idéias e não o poderio econômico. “A lei tem realmente de ser rigorosa. Isso é bom para a classe política”, finaliza.