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Hemodiálise

18 de Agosto de 2016 às 17:19
Crédito: Carlos Costa
Hemodiálise
Audiência pública sobre A hemodiálise que está à beira de um colapso no país
Audiência, proposta por Gustavo Sebba, conclui que recursos do SUS não são suficientes para atender bem os renais crônicos.

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, em parceria com a Comissão de Saúde e Promoção Social, realizou nesta manhã de quinta-feira, 18, audiência pública com o tema “A hemodiálise está à beira do colapso no Brasil”. O evento teve lugar no Auditório Costa Lima da Casa de Leis.

No discurso de abertura, o presidente da Assembleia, deputado Helio de Sousa (PSDB), avaliou o cenário baseado em suas experiências profissionais e também pela ótica de gestor, pois já foi prefeito de Goianésia e secretário estadual de saúde.

“Nossa luta é pela busca da plenitude no atendimento. Aqueles que carregam o Sistema Único de Saúde são os que têm as maiores dificuldades e correm o risco de irem ao colapso”, disse se referindo aos hospitais e clínicas que fazem esse atendimento.

“Temos 41 deputados que representam os 246 municípios goianos. Além de cobrar deles a sua contrapartida, eles podem buscar junto à estrutura municipal, o prefeito, e também ao Governo, subsídios, qualquer que sejam eles”, declarou Helio de Sousa.

Para o presidente da Alego, os pacientes de hemodiálise não estão sendo atendidos da maneira como gostariam por conta dos prestadores, que são as clínicas de hemodiálise. Pois estas empresas não conseguem atender de maneira adequada por conta da ausência de contrapartida financeira fornecida pelo Sistema Único de Saúde, que é fundamental para a manutenção do serviço de qualidade.

Em seguida o propositor da audiência, deputado Gustavo Sebba (PSDB), considerou que a hemodiálise está à beira do colapso no Brasil, por isso justificou o tema do debate.

“Entendemos da necessidade da intervenção do Poder Público na área da saúde. Infelizmente, temos dados preocupantes de clínicas fechando. O SUS na teoria é um projeto muito bonito, mas na prática é muito distante da realidade. O que vemos são cortes, subfinanciamento da saúde pública”, pontuou.

De acordo com o presidente da Comissão de Saúde, o reflexo disso nos Estados e municípios é a defasagem de pagamentos e de reajustes, o aumento do custo para realizar o procedimento onerado pelos preços dos insumos e equipamentos utilizados, que são importados e cotados em dólar. Para o parlamentar, todos esses pontos são empecilhos para a evolução no atendimento aos pacientes renais em todo o país.

“O paciente enfrenta a dificuldade de uma doença cruel, de ser dependente de um procedimento invasivo e doloroso, e ainda luta com o direito de ter acesso ao tratamento à doença, isso é desumano, precisa de uma intervenção pública”, destacou Sebba.

Já para o secretário de Estado Extraordinário do Terceiro Setor, Antônio Faleiros, o Governo Federal repassou a responsabilidade para os estados e municípios, pois estes estão mais sujeitos a pressão popular.

“Hoje o Governo do Estado suplementa a tabela do SUS para não permitir que haja falta de leitos de UTI. A tabela SUS é ridícula e na prática não supre nenhum tratamento”, classificou Faleiros.

Já o presidente da Federação Nacional das Associações dos Pacientes Renais e Transplantados, Renato Padilha, afirmou que “Falar da causa renal é falar de enfermidade, de dor, de sofrimento, de morte”.

Em seu discurso, Renato contou que desde 2010, entrega cartas ao Presidente da República com 25 mil assinaturas, alertando para a dificuldade dos pacientes renais no Brasil.

Abaixo assinado

Em sequência ao evento, o presidente da Associação Brasileira de Nefrologia Regional de Goiás, Ciro Bruno Silveira Costa, entregou ao deputado Gustavo Sebba, um abaixo assinado que, segundo ele, representa a imensa maioria das clinicas e familiares em apoio a realização da audiência.

Apresentou dados que constam o decréscimo do número de clínicas nefrológicas credenciadas. “São quatro anos sem reajuste na hemodiálise e 12 anos sem ajuste na diálise peritoneal, há também cerca de 16 mil mortes de pacientes dialíticos por ano”, revelou Ciro Bruno que ainda sugeriu que o Governo do Estado e prefeituras se unam em um movimento para pressionar o Ministério da Saúde para corrigir os valores pagos.

Já o deputado Major Araújo (PRP) afirmou que o maior problema a ser tradado na saúde não são os traumas, mas sim os renais crônicos, cardíacos e também os diabéticos.

Mesa

A mesa diretora dos trabalhos foi composta pelo presidente da Casa, deputado Helio de Sousa (PSDB); o presidente da Comissão, Gustavo Sebba (PSDB); deputado Major Araújo (PRP); o secretário de Estado Extraordinário do Terceiro Setor, Antônio Faleiros; o presidente da Federação Nacional das Associações dos Pacientes Renais e Transplantados, Renato Padilha; o presidente da Associação Brasileira de Nefrologia Regional de Goiás, Ciro Bruno Silveira Costa; o representante dos pacientes renais crônicos e transplantados, Clodoaldo Pereira Araújo.

Também participam o diretor da Fundação Pró Rim, Iton da Cunha Barros; o presidente da Associação de Renais Crônicos e Transplantados Renais Crônicos, Escimar José Reis Araújo; o diretor-geral do Hemocentro Goiás, Mauro Silva. 

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