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Sessão ordinária

24 de Agosto de 2016 às 16:18
Da tribuna, deputados governistas e da oposição repercutiram os desdobramentos da operação Decantação, deflagrada pela Polícia Federal.

Na sessão ordinária desta quarta-feira, 24, sete parlamentares usaram a tribuna para expor opiniões sobre a operação Decantação, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de hoje. Os deputados relacionaram as investigações em curso à gestão de outros órgãos públicos estaduais e às eleições municipais.

Operação Decantação

A operação investiga fraudes em processos licitatórios, desvio de recursos federais por meio da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) e a utilização dessas verbas para pagamento de despesas de campanha eleitoral do PSDB.

As investigações, que ocorrem em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, resultaram, até agora, no cumprimento de 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão em empresas, nas residências de investigados e na sede do PSDB em Goiânia.

Além da capital goiana, os mandados foram cumpridos também em Aparecida de Goiânia, Formosa, Itumbiara, São Paulo (SP) e Florianópolis (SC).

Repercussão na Alego

O deputado José Nelto (PMDB) destacou a prisão temporária do ex-secretário da Fazenda de Goiás e atual presidente da Saneago, José Taveira Rocha, e do presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, que também é diretor de Expansão da Companhia.

“Foi comprovado. A denúncia não é da oposição, nem da mídia, e sim da Polícia Federal. Não adianta negar e jogar a culpa em outros. A chapa formada por Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (PSDB), nas eleições de 2014, está perto de cair, já que, segundo o Procurador da República, R$ 4,5 milhões foram para a campanha dos dois. Agora, qualquer um pode entrar com pedido de impeachment dessa chapa”, afirma Nelto, que alertou, ainda, para a necessidade de estender as investigações para Celg e Detran.

Opinião semelhante foi emitida pelo parlamentar Major Araújo (PRP), que sugeriu que o símbolo do PSDB passe a ser o cupim. “Essa quadrilha está saqueando as autarquias e instituições do Estado. Esses desvios não acontecem só na Saneago. É no Detran, é na Celg, em várias entidades desde que Marconi Perillo assumiu o Governo”, acusou o parlamentar.

Bruno Peixoto (PMDB) acrescentou que o povo goiano paga pela água a maior tarifa do País, e convocou a bancada de oposição a lutar contra as irregularidades na Companhia.

“A Saneago é uma empresa pública, do povo goiano. E nossa gente espera de nós deputados de oposição que mantenhamos a empresa funcionando, gerando e prestando serviço. É inadmissível a população pagar pelo superfaturamento de contratos. Não podemos aceitar tais absurdos”, completou.

Deputados da base do Governo, Santana Gomes (PSL) e Talles Barreto (PSDB) acusaram os oposicionistas de oportunismo eleitoral.

“Quem nunca errou que atire a primeira pedra”, desafiou o deputado Santana Gomes, que também mencionou o desvio de verbas do Ministério do Turismo pela prefeitura de Goiânia nas obras do Parque Mutirama durante gestão petista.

Talles Barreto saiu em defesa dos investigados. “A oposição está eufórica de forma injusta. Ser incriminado não é ser culpado. O ex-deputado Afrêni é um homem correto, simples, trabalhador. Tem o respeito e a nossa consideração”. O parlamentar rebateu as críticas que foram feitas à gestão da Celg, atribuindo a situação da empresa à venda de Cachoeira Dourada, realizada em 1997, na gestão do então governador Maguito Vilela (PMDB).  

O também peemedebista deputado Renato de Castro confrontou as considerações de Barreto. “Ainda que o problema da Celg fosse mesmo a venda de Cachoeira Dourada, esse Governo teve mais de 20 anos para mudar a situação e não conseguiu”, disse o parlamentar.

Também da base governista, o deputado Henrique Arantes (PTB) reiterou a necessidade de esperar os resultados da operação. “Caso seja comprovado algum crime ou falha moral e ética, quero que essas pessoas sejam presas e cumpram a pena, mas do contrário, devemos ter cautela. Houve coisa semelhante da Agetop, onde algumas das pessoas investigadas, que tiveram seus nomes divulgados e suas vidas destruídas pela denúncia, ao fim de tudo foram inocentadas”, ponderou o deputado.

Para o deputado José Vitti (PSDB), líder do Governo na Casa, o momento requer cautela. “É importante aguardarmos e não emitir nenhum juízo de valor nesse momento. É importante termos uma ideia exata daquilo que está acontecendo para que a gente possa emitir qualquer juizo”.

O parlamentar acredita que vivemos um momento diferente em nosso país, onde operações têm sido realizadas em praticamente todos os estados da Federação. "Se for comprovado qualquer tipo de envolvimento, a justiça deve prevalecer para todos”, conclui.

Para o presidente da Casa, Helio de Sousa (PSDB), o momento é delicado. “Eu acho que é difícil e até constrangedor você viver um momento como esse. Entendo que toda denúncia deve ser apurada e que se tenha todo rigor com as investigações. Caso fique comprovado, que se tome as medidas legais e jurídicas cabíveis para este caso”.

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