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Junho Laranja

20 de Junho de 2017 às 11:01
Crédito: Y. Maeda
Junho Laranja
Deputado Helio de Sousa coordena debate sobre direitos dos queimados
Deputado Helio de Sousa promove audiência pública que debateu os direitos das vítimas de queimadura, em alusão ao Junho Laranja. Encontro foi na manhã desta 3ª-feira, 20, no Auditório Solon Amaral.

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou na manhã desta terça-feira, 20, no Auditório Solon Amaral, audiência pública para debater a luta pelos direitos dos queimados, evento denominado “Junho Laranja”, a propósito do Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, comemorado em 6 de junho.

A iniciativa, do deputado Helio de Sousa (PSDB), que é médico, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) – Regional Goiás e o Núcleo de Proteção aos Queimados, superou expectativas, tanto das autoridades como das vítimas de queimaduras e pessoas interessadas que participaram do debate.

Presidida por Helio de Sousa, a mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: Rosa Irlene Serafim, presidente da SBQ – Regional Goiás e coordenadora do Núcleo de Proteção aos Queimados,que representou o Conselho Estadual de Saúde no evento; Nelson Piccolo, cirurgião plástico especialista em queimaduras; e Maria Thereza Sarto Piccolo, médica dermatologista e nutróloga, especialista em queimaduras.

Ao abrir a audiência pública, Helio de Sousa ressaltou a importância do debate e enalteceu o trabalho realizado pelo Hospital de Queimaduras de Goiânia, referência nacional no tratamento de queimados, bem como as ações do Núcleo de Proteção aos Queimados, pelo atendimento de forma excepcional às pessoas vítimas desse problema grave. Ele lembrou que há, no Brasil, 1 milhão de vítimas de queimaduras ao ano e reafirmou o compromisso dele de lutar por uma legislação que garanta direitos dos queimados, em nível municipal, estadual e federal.

Nelson Piccolo falou do atedimento que é dado a essas pessoas. Disse que não trata feridas de queimaduras, mas pessoas que sofrem feridas. “O paciente sequelado com queimaduras sofre como um paciente deficiente. Nós, da equipe multidisciplinar, temos a responsabilidade de reinserir essa pessoa na sociedade. Porém a queimadura ainda é um acidente que ocorre por pouca orientação, e como nosso Governo não proporciona uma educação suficiente para orientar as pessoas, temos um paciente para cada 167 pessoas que se queimam em Goiânia.”

O médico apresentou o Projeto Esperanza, que trata da luta para melhorar a vida das vítimas de queimaduras. Sobre o dia 6 de junho, frisou que é importante lembrar essa luta, mas há muita dificuldade ainda, principalmente do poder público. "O Governo Federal garante apenas tratamento para curar feridas, não há uma continuação”.

O médico mostrou estatísticas do seu hospital desde 2013 e falou sobre tipos de cirurgia, mostrando slides com exemplos de queimados e a melhora que a cirurgia e tratamento multidisciplinar trouxeram para cada um. Frisou que iniciativas, como esta da Alego, ajudam bastante, sobretudo na conscientização de pessoas para evitar queimaduras.

Diretora do Núcleo de Proteção aos Queimados, a dermatologista Maria Thereza Sarto Piccolo exemplificou situações em que a intervenção do Governo pode melhorar a vida do paciente que sofreu acidentes com queimaduras. “É necessário ter aulas de prevenção para que nossas crianças aprendam como se prevenir. Na verdade, os acidentes se dão por conta de coisas muito simples, pequenos descuidos. Se nós inserirmos na escola uma política de prevenção de queimaduras, podemos demorar 20, 30 anos, mas teremos pessoas que se previnem. Isso é algo que tem que partir do Governo também”, sugeriu.

Ela ressaltou que o paciente que teve sua imagem mutilada precisa de apoio psicológico. “Conviver com as consequências dessa fração de minuto que é o acidente é importante. O psiquiatra e o psicólogo têm um papel muito importante nesse aspecto”, afirmou.

Maria Thereza Sarto Piccolo fez esclarecimentos sobre a maquiagem profissional e definitiva que dura até 16 horas na pele, enfatizando que o Poder Público deveria disponibilizá-la a essas vítimas. “A pessoa deve ter acesso ao que chamamos de maquiagem corretiva. Assim, pode voltar a viver sem provocar a reação de constrangimento que a sociedade tem quando é defrontada por uma cicatriz. Muitas vezes a pessoa vive bem com aquilo que ela sofreu após apoio psicológico, mas a sociedade, infelizmente, tem a tendência de sempre questionar e de repugnar cicatrizes. É falta de informação e formação.”

A médica Rosa Irlene Serafim também abordou a necessidade de ter apoio do Poder Público e, nesse sentido, pediu ao deputado Helio de Sousa que tome frente com vistas à aprovação de projetos de leis, que garantam direitos aos queimados.

Ela reconheceu os esforços do parlamentar e está confiante de que ele vai conseguir agilizar aprovação de leis que garantam aos portadores de sequelas graves resultantes de queimaduras uma série de direitos essenciais, como a reabilitação física, cirurgia plástica reparadora, reabilitação psicológica, atendimento educacional especializado, transporte público gratuito e acesso ás vagas de estacionamento exclusivas para portadores de deficiências.

Antes de encerrar o evento, Helio de Sousa assegurou que vai fazer o que for necessário para amenizar a dor e as sequelas das vítimas de queimaduras. “Vamos fazer gestões junto a vereadores, junto aos meus colegas deputados estaduais, bem como conversarei com deputados federais com vistas à apresentação de projetos de leis que venham garantir direitos aos queimados, através do poder público em suas três esferas: municipal, estadual e federal”, prometeu. 

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