Baleia Azul

O Programa Opinião, que está sendo exibido na TV Assembleia neste mês de julho, aborda o tema “Baleia Azul”. O debate conta com a participação do deputado Carlos Antonio (PSDB), presidente da Comissão da Criança e Adolescente, juntamente com a psicóloga e terapeuta de psicotrauma Bruna Tomazetti e a delegada Caroline Borges Braga, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia. A mediação é da jornalista Luciana Martins.
Durante o debate, a psicóloga Bruna Tomazetti explica que o jogo Baleia Azul é composto por 51 desafios, os quais promovem a automutilação dos corpos dos adolescentes, neste caso, seu público alvo. E ao final do jogo, a última etapa sugere o suicídio ao jogador.
Para a especialista em psicotrauma, a maior parte dos afetados por este jogo são jovens com idade compreendida entre 12 e 18 anos. Outra constatação apresentada pelos componentes da mesa é de que a falta de atenção e supervisão dos pais para com seus filhos pode ser considerado um dos principais fatores de risco.
“Ver esses pais negligenciando a educação dos seus filhos é algo preocupante. Pois tornam esses adolescentes vulneráveis a essas situações”, opina a psicóloga Bruna Tomazetti.
A delegada Caroline Borges concorda e se diz preocupada com a falta de interesse dos pais no que seus filhos fazem durante o dia. “Os pais devem saber o que seus filhos acessam na internet. Precisam saber o que assistem, onde frequentam e com quem andam. Os pais precisam ter as senhas de acesso das redes sociais dos filhos e supervisionar tudo”, orienta a titular da DPCA.
Outra questão abordada por Caroline Braga se trata da investigação feita pela polícia, a qual ela classifica como complicada. Pois se trata de um crime cibernético e os administradores dos perfis utilizam “fakes”, que são perfis falsos, para promover o jogo. Porém, salienta que através do rastreio de IP, (Internet Protocol), um número que cada computador (ou roteador) recebe quando se conecta à internet, é possível encontrar esses criminosos.
O deputado Carlos Antonio também compartilha das opiniões da delegada e da psicóloga. Para o parlamentar, os pais devem estar presentes nas vidas dos seus filhos, para cobrar e também para dar carinho. “Antigamente, meus pais me cobravam em tudo, para conhecer meus amigos, meus colegas. Eu também tinha horário para sair e para chegar em casa. Eles tinham uma participação muito ativa em tudo na minha vida.”
O presidente da Comissão da Criança e Adolescente ainda pontua que houve denúncias relacionadas ao jogo na cidade de São Miguel do Araguaia, onde o Conselho Tutelar local constatou alguns casos de jovens que participaram do jogo. As suspeitas foram levantadas devido ao número de jovens utilizando roupas de manga longa durante o dia, em uma cidade que tem elevadas temperaturas durante a maior parte do ano.
A psicóloga explica que os jovens utilizam estas roupas para esconder os sinais das automutilações no corpo, o que deve ser identificado pelos pais. Outra dica apresentada por Bruna Tomazetti é relacionada ao comportamento dos adolescentes. “É impossível os pais não perceberem o comportamento diferente. Jovens que acordam por volta das 4 horas da madrugada para assistir filmes de terror ou sair de casa para subir em telhados. São comportamentos que pais presentes percebem”, ressalta a especialista em psicotrauma.
Outra constatação relacionada pela especialista é de que a falta de atenção dos pais é diretamente ligada a falta de carinho e afeto, o causador do afastamento e da quebra do elo familiar. Diante deste fato, esses jovens buscam a atenção em outros ambientes, sendo assim absorvidos por grupos de risco, com usuários de drogas, praticantes de crimes e de jogos que promovem a automutilação e até a morte, como uma forma de buscar a atenção para si.
Ao final do debate, a delegada afirma que os pais precisam impor limites e responsabilidades aos seus filhos, pois a internet é uma área de conteúdo irrestrito. “Se os pais não educam em parceria com o ensino nas escolas, esses jovens não serão educados pela polícia e sim punidos. Além de tudo, esses jovens um dia serão pais e não terão um exemplo de como educar seus filhos”, exemplifica Carolina Borges.
Confira a entrevista completa no canal 8 da Net, TV aberta 61.2 e pela web, no Portal da Assembleia Legislativa, no endereço eletrônico: http://al.go.leg.br/midia/tv
Os 50 desafios do jogo Baleia Azul
1 - Propõe ao participante se cortar e escrever a sigla “F57” na palma da mão e em seguida enviar uma foto para o curador.
2 - Assistir filmes de terror e psicodélicos às 4h20 da manhã, mas não pode ser qualquer filme, o curador indicará, lembrando que ele fará perguntas sobre as cenas, pois ele quer saber se você realmente assistiu.
3 - No terceiro desafio o curador propõe cortes no braço, no fim enviar a foto para o curador, e seguirá para o próximo nível.
4 - Desenhar uma baleia azul e enviar a foto para o curador.
5 - Para ser tornar uma baleia azul o participante do suposto jogo escreve “SIM” em sua perna. Se não, corte-se muitas vezes castigando-se.
6 - Tarefa em código.
7 - Escrever “F40” em sua mão, enviar uma foto ao curador.
8 - Na sua rede social, escrever “#i_am_whale” no status do VKontakte (Rede Social Russa) ou no Facebook. O texto significa “Eu sou uma Baleia”.
9 - O Curador dará uma missão baseada no seu maior medo, fazendo a pessoa não ter medo.
10 - No décimo, o jogo da Baleia Azul propõe acordar as 4h20 da manhã e subir em um telhado e tem que ser alto
11 - Desenhar uma foto de uma baleia azul na mão e enviar a foto para o curador.
12 - Assistir filmes de terror e psicodélicos, todas as tardes.
13 - Ouvir as músicas que os “curadores” enviarem.
14 - Cortar o lábio.
30-49 - Todos os dias, acordar às 4h20 da manhã, assistir a vídeos de terror, ouvir música que “eles” lhe enviam, fazer um corte no corpo por dia, falar “com uma baleia”. Durante o intervalo dos desafios entre 30 e 49.
50 - No 50º desafio o absurdo de todos, o jogo Baleia Azul propõe o participante tirar a própria vida.