Promotor pede maior envolvimento da sociedade no combate à violência
Na audiência que discute o enfrentamento ao assassinato de jovens em Goiás, o promotor de justiça do Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público de Goiás, Leandro Koiti Murata, abordou questões relacionadas às mortes de jovens que tenham origem em decorrência de intervenção policial. O evento está sendo realizado na manhã desta quinta-feira, 14, no Auditório Solon Amaral da Assembleia Legislativa.
Por ser atuante exatamente nesta área, Leandro Murata conclui que a taxa de homicídios dentro da faixa etária tratada é alarmante. "O mapeamento que temos lá no Ministério Público nos mostra que, apesar de já conter índices inaceitáveis, os dados já apresentados aqui hoje têm como resultados finais um índice de apuração menor que 10%. Ou seja, a cada dez assassinatos, apenas um é esclarecido, o que ainda não quer dizer que este um será punido."
O promotor questiona, diante dos dados, os motivos que levariam a um índice de apuração tão baixo: "É natural apenas dizer que o Poder Público não funciona, mas não podemos apenas nos ater a isto e sim, devemos ir atrás dos verdadeiros atores para esta tragédia e talvez questionarmos se a sociedade, que naturalmente não quer se envolver, não seria a principal culpada destes casos".
Os agentes do Poder Público, segundo Leandro, se não forem alimentados por iniciativas da sociedade civil, não conseguem produzir resultados tão eficazes como seriam capazes. "É preciso uma conscientização da sociedade em relação a isso. É preciso sensibilizar as pessoas a se envolverem, mas lamentavelmente só vemos essa atitude quando o caso envolve um familiar, e exatamente estes é que fazem parte dos 10%", destacou.