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Convidados para audiência pública comentam sobre violência obstétrica

27 de Abril de 2018 às 14:20

Na mesa diretiva da audiência pública que vai tratar sobre violência obstétrica, nesta sexta-feira, 27, estarão presentes o presidente da Comissão da Criança e Adolescente da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Antonio (PTB); a superintendente de Políticas Para Mulheres da Secretaria Cidadã, Cecília Aparecida de Mello; a presidente da Associação das Doulas do Estado de Goiás, Michelle Christina de Oliveira; a gerente de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Nara Letícia dos Reis; e a advogada militante das causas em defesa da mulher e integrante da Comissão OAB Mulher, Valéria Eunice Mori Machado.

Antes do início da audiência o deputado Carlos Antonio reafirma a importância da discussão e declara que o principal objetivo da reunião é a criação de projetos de lei que auxiliem as mulheres no momento do parto. “Nós queremos discutir violência obstétrica para que o nascimento da criança seja o melhor possível, tanto para o bebê, quanto para a mãe. Temos várias leis no país que garantem isso, porém, algumas sem a sua devida aplicabilidade, então, o principal objetivo, é pensar na violência obstétrica no âmbito do Estado de Goiás e propor ideias  que possam vir a ser projetos de lei que vão de encontro ao anseio dessas mulheres que querem garantir um parto tranquilo”, explicou.

Carlos Antonio relembrou o projeto de lei nº 521/16, de autoria da deputada Isaura Lemos, que visa a garantia às doulas o direito de acompanharem parturientes em clínicas e hospitais, durante o trabalho de parto. “Recentemente conseguimos derrubar o veto em relação a este projeto tão importante e pretendemos avaliá-lo durante a audiência”, concluiu.

A advogada militante das causas em defesa da mulher e integrante da Comissão OAB-Mulher, Valéria Eunice Mori Machado, endossou também a necessidade da discussão. “Essa discussão sobre violência obstétrica vem justamente por causa de uma convenção da criança, promulgada em 1990, que se atenta ao ponto da atenção obstétrica e da redução da mortalidade infantil. Esse debate é muito importante pois temos hoje várias leis, políticas públicas, tratados e convenções internacionais porém falta efetividade. No momento do parto muitas mulheres são violentadas e isso inclui a criança. Não existe a possibilidade de se violentar uma mulher no momento do parto e isso não se vincular a criança pois ela participa do mesmo âmbito de tratamento do paciente”, afirmou.

Thallita de Freitas Santos, mãe, enfermeira e doula, relatou seu caso de violência obstétrica e pediu apoio às vítimas. “No meu segundo parto eu fui vítima de violência obstétrica, no final da gestação o médico fez um toque, e começou a realizar um método que chamamos de descolamento de membrana, para induzir o parto, só que sem a minha autorização. Eu não fui informada em momento nenhum, eu senti porque ele fez o toque, doeu e começou a sangrar. Eu saí da sala com medo, paralisada. Fora as outras violências sutis que eu fui escutando ao longo do pré-natal. Todas as gestantes podem dar relato de algum tipo de violência, sendo ela física ou psicológica. A violência obstétrica, é um tipo de violência que marca muito a mulher, pro resto da vida, algumas mulheres sofrem tanta violência que não querem nem engravidar de novo”, relatou.

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