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Amauri lidera movimento de produtores de leite e Caiado afirma que vai retirar isenção de impostos de quem importa o produto
Na maior reunião já realizada em prol do produtor de leite no Brasil, em Goiânia, encabeçada pelo deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota), o governador Ronaldo Caiado (DEM) garantiu que não concederá incentivos fiscais para produtos importados de outros países.
Segundo o deputado, o governador disse o seguinte: “Aquilo que for importado, como o leite em pó, não pode receber incentivo fiscal, porque eu estaria indo contra aquilo que a lei determina. A lei determina que eu dê incentivo para que a indústria instalada absorva aquilo que é produzido no estado. Não posso abrir mão de ICMS para um produto que tem a ampla oferta em Goiás e está sendo importado para penalizar o cidadão que está pagando imposto”.
O encontro reuniu cerca de 800 produtores de todo o Brasil que lotaram o auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), nessa segunda-feira, 22. Eles atenderam a um chamado do deputado Amauri Ribeiro, via redes sociais, que lidera o movimento #leitenaveia.
Dados da Faeg apontam uma redução drástica no valor pago pela indústria aos produtores leiteiros. Em junho/2019, o preço do litro variou de R$ 1,05 a R$ 1,70. Já em julho, o leite teve uma queda de preço de 15 a 45 centavos. A principal demanda apresentada pela categoria é a defesa da previsibilidade do preço. “Sem falar que não temos a previsibilidade do preço e muito menos a antecipação do pagamento. Temos que dar um basta nessa situação”, diz Amauri Ribeiro.
De acordo com o parlamentar, hoje o leite é entregue pelo mesmo preço de dez anos atrás. "Nosso objetivo é chegar até o presidente Jair Messias Bolsonaro porque é só lá que a gente vai conseguir mudar essa realidade”, afirmou o parlamentar.
Para ele, não há a mínima possibilidade do produtor de leite continuar sobrevivendo dessa forma. “Nós queremos abrir um canal de diálogo com a indústria de laticínios para fazermos uma parceria que seja justa para todo mundo. Nós queremos respeito e condições de trabalho para mo produtor de leite”, acrescentou.
No encontro, o governador Ronaldo Caiado se comprometeu a intermediar um diálogo para definir novas regras de mercado, que não prejudiquem o setor. “Vocês têm governador. Não há nada que me faça tomar atitude para penalizar o produtor rural. Isso seria negar minha história, minha vida”, frisou Caiado.
Caiado falou do seu histórico de luta pelo setor do agronegócio, que já dura mais de 30 anos, e reforçou o compromisso com os produtores rurais. O governador ressaltou a importância da categoria, que impulsiona a economia do Estado, e afirmou que buscará uma solução para as demandas. Para tanto, solicitou a criação de comissão responsável por continuar o diálogo até que ocorra um consenso. “Isso não é regra de mercado, não existe nenhuma atividade no mundo que seja dessa maneira. Vamos sentar e avaliar essa situação”, pontuou sobre as condições de pagamento.
Incentivos fiscais
Levantamento feito pela Faeg indica que indústrias que têm incentivos fiscais concedidos pelo Estado estão importando leite da Argentina, Uruguai, Nova Zelândia e da Europa. E, mais, já têm seus custos subsidiados em seus países, o que acaba tornando a concorrência desleal.
Participaram do encontro o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos Neto; o presidente da Faeg e deputado federal José Mário Schreiner (DEM), os deputados estaduais Wilde Cambão (PSD), Cairo Salim (PROS) e Paulo Cezar (MDB); representantes do Ministério da Agricultura; o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Faeg, José Renato Kiari; o superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges; o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin.