Em apenas um mês, somente na página do Facebook do deputado estadual Amauri Ribeiro, a #Leitenaveia alcançou quase 7 milhões de pessoas, com o envolvimento de cerca 1,5 milhão em todo o Brasil. A repercussão foi tão boa que rendeu números relevantes até mesmo fora de Goiás, como em Minas Gerais, Brasília e Rio Grande do Sul. Os principais pontos reivindicados pelo movimento são a definição da previsibilidade do preço do leite, da organização da cadeia produtiva e da abertura de um canal de diálogo entre a classe dos produtores de leite e a da indústria de laticínios.

Em reunião nesta quinta-feira, 1º de agosto, no Palácio das Esmeraldas, com o governador Ronaldo Caiado, lideranças das indústrias de laticínios, representantes do segmento leiteiro e rural, além de autoridades, Amauri comemorou o avanço das negociações e definiu o encontro como satisfatório.

“O que nós vimos nesta reunião é algo jamais visto neste país. Acredito que foi o maior passo dado em prol e em defesa do produtor de leite no Brasil, uma vez que não vai afetar só o Estado de Goiás, mas o futuro do produtor de leite em todo o país. Eu vejo uma grande vitória e nós devemos isso graças à união de todos os produtores de todo o país e, claro, à liderança do governador Ronaldo Caiado, que abraçou essa causa em defesa do produtor de leite.” comemora Amauri.

Avanços

Dentre os pontos negociados, ficou acertado que todo dia 25 os laticínios irão repassar o preço que será pago no mês seguinte. Também foi acertado que o produtor terá direito a uma garantia de preço registrada através de um contrato. A antecipação de pagamento também foi discutida, o que ainda será definido, uma vez que os laticínios argumentaram que esta é uma questão financeira, mas deixaram em aberto que isso pode ser, sim, negociado de alguma forma futuramente.

Cerca de 800 produtores de leite de todo o Brasil lotaram o auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), no último dia 22 de julho. Eles atenderam a um chamado via redes sociais do deputado Amauri Ribeiro, que lidera o movimento #leitenaveia. Os produtores estão revoltados com o descaso que vêm sofrendo ao longo dos anos. Para piorar, a situação se agravou ainda mais após o anúncio da queda de quase 30 centavos no preço do leite em plena seca.

Segundo Amauri, não há a mínima possibilidade de o produtor de leite continuar sobrevivendo dessa forma. “Nós queremos abrir um canal de diálogo com a indústria de laticínios para fazermos uma parceria que seja justa para todo mundo”, afirmou o deputado na ocasião. O parlamentar disse ainda que, atualmente, o leite é entregue pelo mesmo preço de dez anos atrás. O governador Caiado abraçou a causa dos produtores de leite e garantiu que não concederá incentivos fiscais para laticínios que usam produtos importados de outros países.

“Aquilo que for importado, como o leite em pó, não pode receber incentivo fiscal, porque eu estaria indo contra aquilo que a lei determina. A lei determina que eu dê incentivo para que a indústria instalada absorva aquilo que é produzido no Estado”, argumentou. “Não posso abrir mão de ICMS para um produto que tem a ampla oferta em Goiás e está sendo importado para penalizar o cidadão que está pagando imposto”.

Dados da Faeg apontam uma redução drástica no valor pago pela indústria aos produtores leiteiros. Em junho/2019, o preço do litro variou de R$ 1,05 a R$ 1,70. Já em julho, o leite teve uma queda de preço de R$ 0,15 a R$ 0,45. A principal demanda apresentada pela categoria é a defesa da previsibilidade do preço.