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Mães em período de amamentação podem ter prioridade na vacinação contra a covid-19
A partir de uma proposta apresentada, na tarde desta quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), as lactantes poderão ser incluídas na priorização de vacinas contra o novo coronavírus. O requerimento é de autoria do deputado estadual Thiago Albernaz (SD), que defende a imunização das mulheres que ainda amamentam os filhos tendo em vista a possibilidade da imunidade ser repassada às crianças pelo leite materno.
No decorrer do ano de 2020 foram realizadas pesquisas que comprovaram que os anticorpos retidos em uma mãe vacinada contra a covid-19 podem ser transmitidos ao bebê recém-nascido, sem nenhum risco para o lactente.
Estudo, nesse sentido, foi publicado na revista científica The Journal of the American Medical Association (JAMA), que aponta a identificação de dois anticorpos no leite materno de mulheres que receberam a vacina. De acordo com a revista científica, os pesquisadores explicam que o leite materno pode ser um meio de transmitir os anticorpos necessários contra o vírus.
Com isso em mente, o requerimento apresentado pelo deputado tem a proposta de incluir lactante com filhos de até dois anos e meio, como grupo prioritário.
"Vacinar todas as lactantes é investir em saúde e bem-estar da população brasileira e suas gerações, protegendo o futuro representado na figura de nossos bebês", ressalta o parlamentar.
A ideia de Albernaz tem respaldo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já se posicionou sobre o uso de vacinas em mulheres em período de amamentação.
Além da própria OMS, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é outra instituição que recomenda a vacinação de mulheres que estiverem amamentando, sem a interrupção do ato, uma vez que isso trará duplo benefício, tanto para a imunização, quanto para a amamentação. A SBP enfatiza a necessidade de pesquisas com o uso de vacinas contra o novo coronavírus em gestantes e lactantes, buscando basear as recomendações em evidências.
"Temos de reconhecer o direito humano à saúde e proteção constitucional da maternidade como objetivo prioritário dos gestores públicos do Estado de Goiás e municípios. Por meio de uma vacina, protege-se duas vidas", explica Albernaz.