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Antônio Gomide reafirma compromisso com a Chapada dos Veadeiros
O deputado estadual Antônio Gomide (PT) reforçou a necessidade de luta para coibir o avanço do desmatamento na região da Chapada dos Veadeiros, durante audiência pública realizada na manhã deste domingo, 4. O evento, realizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Chapada dos Veadeiros, contou com a participação de autoridades locais, ambientalistas e moradores.
Antônio Gomide lembrou que houve aprovação de lei na Assembleia Legislativa que flexibiliza a fiscalização e permite maior desmatamento no Cerrado goiano. Neste sentido, é preciso que a população se una para evitar o avanço da destruição do bioma, sobretudo na região da Chapada dos Veadeiros.
“Com essa audiência pública visamos evitar o definhamento do Cerrado. O Nordeste e a Chapada ainda são o verde do nosso estado. No entanto, se não fizermos um trabalho organizado, não teremos esse verde daqui 10 anos. Estamos aqui para somar aquilo que os ambientalistas, pesquisadores, moradores já fazem. Precisamos nos organizar para combater o avanço do desmatamento”, diz o deputado estadual Antônio Gomide.
O chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Luís Henrique Mota, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), aponta que é preciso atuar para preservação não somente no parque, mas em seu entorno, sob o risco de bioma local se tornar fragmentado.
“É preciso que os demais órgãos policiais participem, joguem luz sobre o desmatamento no Parque Nacional e seu entorno. Pois está crescendo. Temos apreendido correntão, coisa que não tinha visto. É preciso ter gestão também em outras áreas de conservação, senão vamos perder a Chapada dos Veadeiros”, pontua Henrique Mota.
A diretora do Museu do Cerrado da Universidade de Brasília, professora Rosângela, apontou que houve um desmonte da participação popular nas decisões voltadas para a região da Chapada dos Veadeiros. Ela solicitou ao deputado Antônio Gomide requerimento a ser enviado à Secretaria de Meio Ambiente para a constituição de Comitê Estadual da Reserva da Biosfera do Cerrado de Goiás.
“Uma vez que é o um modelo de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais de Goiás, especialmente da nossa região. O genocídio dos povos indígenas e tradicionais e o ecocídio do Cerrado, acarretam em perda de biodiversidade. As mudanças climáticas prejudicam a alimentação das principais bacias hidrográficas da América do Sul e a economia do nosso país. Precisamos superar o discurso e a ganância e promover a vontade do bem comum. Sem Cerrado, o Brasil vai morrer de sede”, disse.
O representante do Movimento SOS Chapada dos Veadeiros, Álvaro Fernando De Angelis, argumentou que é preciso combater a contaminação por agrotóxicos na região, que poluem, adoecem e matam as populações humanas, fauna, flora e recursos hídricos.
“Não teremos esse meio ambiente ecologicamente equilibrado se tivermos essa guerra química, que é a pulverização aérea por sobre nosso ecossistema. Espero que a frente parlamentar receba essa preocupação para, juntos, estabelecermos parâmetros para proibir a pulverização aérea de agrotóxicos no estado de Goiás”, salientou.
A representante do Instituto Biorregional do Cerrado, Chyslia Fernanda de Santana, criticou as mudanças aprovadas na legislação em Goiás e disse que irá se tornar uma “máquina de lavar verde”. “Esse projeto já foi operacionalizado na Chapada. Não coíbe e não prevê que o crime ambiental não aconteça. Incentiva para que as pessoas cometam crime ambiental, para depois fazer e após para depois fazer a lavagem verde”, salientou.
O presidente do PT de Alto Paraíso, Cacau, cobrou de vereadores de Alto Paraíso que votem a favor do meio ambiente, na Câmara Municipal. Ele disse que as nascentes estão ameaçadas diante do avanço do agronegócio na região da Chapada dos Veadeiros.
Na ocasião, houve ainda homenagem ao ambientalista e ex-vereador Eduardo Estellita, o Dada, pela luta em prol do meio ambiente em Alto Paraíso.