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Homenageado na Alego, Washington Novaes é um dos principais ambientalistas do Brasil
O nome do jornalista Washington Novaes foi escolhido pela Assembleia Legislativa de Goiás para homenagear pessoas e entidades que promovem ativamente a proteção e preservação do meio ambiente no estado. Trata-se da comenda Washington Novaes a ser entregue em sessão solene no dia 12 de junho, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A homenagem é fruto de um projeto de lei do deputado estadual Antônio Gomide (PT) e será entregue todo mês de junho na Assembleia Legislativa. O parlamentar avalia que o jornalista e ambientalista Washington Novaes, que escolheu viver em Goiás, realizou importantes contribuições para o meio ambiente do estado e do país.
O parlamentar considera que o nome do ambientalista consegue congregar a dedicação à causa do meio ambiente, como parte de sua vida diária, com a atuação na profissão de jornalista. ” Neste sentido, serão homenageadas pessoas que têm atuação reconhecida para a melhoria da vida da população goiana”, diz o deputado.
Luta pela causa ambiental
Washington Novaes morreu em agosto de 2020, após passar por uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino, em Aparecida de Goiânia. Mas deixou um legado imenso, não só para Goiás, mas também para o país.
Nascido em 1934, na cidade de Vargem Grande do Sul, em São Paulo, Washington Novaes foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional. Foi pioneiro entre jornalistas do país a se dedicar a questões ambientais e indígenas. Produziu documentários, livros e reportagens sobre a causa ambiental.
Na década de 1980, passou a conviver com povos indígenas do alto Xingu, o que gerou a série documental “Xingu, a Terra Mágica”, o diário “Xingu, uma Flecha no Coração”, e, 20 anos depois “Xingu, a Terra Ameaçada”. Além de inúmeras reportagens sobre meio ambiente, que lhe rendeu diversos prêmios, como o Esso especial de Ecologia e Meio Ambiente (1992) e o Professor Azevedo Netto (2004).
Com carreira consolidada e reconhecida internacionalmente — tendo ganhado inclusive medalha de prata no Festival de Cinema e Televisão de Nova York, nos Estados Unidos, em 1982 pelo documentário “Amazonas, a pátria da água”, exibido pelo “Globo Repórter”, e vencedor da categoria Meio Ambiente do Prêmio Unesco, em 2004 — escolheu Goiânia para viver e o Cerrado para lutar.
Em Goiás, denunciou a degradação do Cerrado e atuou para implementação de políticas para melhoria da produção de grãos e gado sem novos desmatamentos.
“Não é preciso desmatar nenhum hectare mais no Cerrado(…) Mas o desmatamento do Cerrado prossegue em todo o Centro-Oeste, no Tocantins, no Maranhão, no Piauí e, em nível alarmante, no oeste da Bahia. Para plantar cana e soja. E fornecer lenha a siderúrgicas – como em Minas Gerais.”, escreveu ainda em 2013 à Folha de São Paulo, quando havia 50% do Cerrado de pé.
Segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, hoje 35% do Cerrado está de pé. Além disso, uma lei foi aprovada em Goiás, com voto contrário da bancada do PT, que facilita a concessão de licenças para desmatamento. A lembrança do nome e da vida de Washington Novaes se faz cada vez mais necessário.