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Patrimônio Cultural: José Machado propõe reconhecimento da Festa em Louvor a Nossa Senhora da Penha de França
Durante os trabalhos regimentais desta terça-feira, 15, o deputado José Machado (PSDB) apresentou, em plenário, projeto de lei que visa reconhecer como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Goiás, a Festa em Louvor a Nossa Senhora da Penha de França, do município de Corumbá de Goiás.
Considerada padroeira da belíssima Corumbá de Goiás, a festa em louvor a Nossa Senhora da Penha de França é a principal comemoração religiosa e histórica da cidade e é celebrada no dia 08 de setembro, com o encerramento da novena em louvor a Nossa Senhora da Penha. A Festa atrai peregrinos, turistas e pesquisadores interessados nas tradições religiosas e culturais do estado e, ao ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial, ganhará maior visibilidade e atrairá ainda mais visitantes, contribuindo também para a economia local.
“Precisamos garantir a proteção, preservação e promoção dessa rica tradição, reconhecendo sua importância para a identidade cultural e religiosa de Goiás. A aprovação desse projeto será um passo significativo na valorização das raízes históricas e culturais que moldaram a sociedade goiana e contribuirá para a construção de um futuro onde as tradições do passado continuem vivas e enriquecedoras”, justificou José Machado.
Origem da festividade
Corumbá de Goiás ou Arraial de Nossa Senhora da Penha de Corumbá, surgiu no sertão goiano por volta de 1731, ainda no rastro da fome do garimpo pelo então recém-descoberto ouro da região. O povoado cresceu entre o rio e a capela, com habitantes de origem paulista e portuguesa vindos com as bandeiras, em busca de pedras preciosas, que construíram suas moradias às margens do rio. A primeira capela dedicada à Nossa Senhora da Penha de França foi erguida logo a seguir e, no dia 30 de agosto daquele ano teve início a primeira novena em preparação à primeira festa em louvor à padroeira de Corumbá.
Outro fato fortalecedor dessa festa são as Cavalhadas de Corumbá de Goiás. Implantadas em 1752, ocorreram por mais de duzentos anos no mês de maio, ou junho, durante a Festa de Pentecostes. Todavia, a partir de 1980, passaram a ser realizadas em setembro durante a Festa de Nossa Senhora da Penha de França, reencontrando-se com a sua origem histórica.
É que, no início do século IX, o imperador cristão Carlos Magno e os seus soldados, ao cruzarem a cordilheira dos Pirenéus rumo à Espanha onde travaram os combates com os mouros, fato que inspirou o surgimento das cavalhadas, deixaram uma imagem de Nossa Senhora naquela montanha. E este local, devido à origem dos soldados de Carlos Magno, passou então a ser chamado de Penha de França. Quatro séculos depois, o frei Simão Vela encontrou essa imagem da Virgem Maria no local onde os cavaleiros de França a tinham deixado. Surgiu assim a devoção a Nossa Senhora da Penha de França, a protetora dos soldados cristãos nas batalhas contra os mouros muçulmanos que deram origem às cavalhadas, teatro equestre que os portugueses trouxeram para o Brasil e que desde o século XVIII é apresentado em diversas cidades goianas.