Durante sessão plenária ocorrida na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na tarde dessa terça-feira, 15 de agosto, o deputado Mauro Rubem (PT) denunciou irregularidades que envolvem o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde) na contratação de serviços jurídicos do escritório do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Goiás, (OAB-GO), Rafael Lara, por R$ 9 milhões de reais.

O contrato foi assinado em 1º de agosto com o escritório Lara Martins Sociedade de Advogados para prestação de serviços jurídicos para gestão do litigioso, cível, trabalhista e contencioso administrativo do Ipasgo, por três anos.

O parlamentar afirmou que quem paga as contas do Ipasgo são os servidores, que estão com salários achatados e data-base atrasada e que, sobre isso, “o governador não toma providências”.

Em seguida, Rubem cobrou a presença do governador na Assembleia Legislativa. “O governador precisa vir aqui explicar essa baboseira do Ipasgo e outras que também tem feito”, referindo-se a recente compra de um prédio por R$ 11 milhões de reais pelo instituto.

O mal-estar foi geral entre os deputados da base e a notícia explodiu em, praticamente, todos os veículos de comunicação, impressos, rádio, tv e internet.

Por causa da forte repercussão negativa, o presidente do Ipasgo, Vinícius Luz, declarou ao Jornal “O Popular” que a decisão pela contratação foi de total responsabilidade dele “sem ordens superiores”. Já o presidente da OAB-GO, Rafael Lara, disse possuir a “expertise” necessária para gerir a carteira do instituto, “como se não houvesse mais nenhum escritório capaz de Goiás, mas sem licitação, fica complicado”, declarou Rubem.

O azedume tomou conta da cena política em Goiás e, segundo o deputado Mauro Rubem, “Caiado se viu obrigado a entrar em cena para amenizar o estrago político de sua imagem de honesto e tentou explicar o inexplicável como se não soubesse de tudo isso que está acontecendo, ora, acredite quem quiser”.

Em menos de 24 horas, a edição on-line de O Popular, na tarde dessa quarta-feira, 16, postou matéria em que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, determinou a suspensão do contrato e afirmou que mandou que o conselho deliberativo do Ipasgo seja constituído para tomar decisões, como essa.

Mauro afirmou que “Caiado privatizou o Ipasgo para isso. Não ter que licitar, dificultar a transparência e pior, não consultou o conselho deliberativo e agora veio à imprensa dizer que não tinha conhecimento sobre a situação. Enquanto isso, o usuário não viu uma única melhoria no atendimento”, arrematou.

Rubem finalizou dizendo que Caiado tem muito a explicar sobre os gastos milionários e que vai investigar outro gasto do Ipasgo, a recente aquisição de imóvel, no Setor Bela Vista, em Goiânia, por R$ 11 milhões de reais. "Caiado vendeu o Hospital dos Servidor por valor abaixo do preço de mercado e agora faz essa compra, no mínimo suspeita! Vamos investigar, o servidor público tem o direito de saber o que o Caiado está fazendo com o dinheiro dele”.