O deputado Gustavo Sebba (PSDB) usou a tribuna na tarde dessa terça-feira, 10, para comentar as declarações do governador Ronaldo Caiado (UB) sobre a judicialização do processo de construção do hospital público Cora pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Ele introduziu o assunto dizendo: “O governador alega que o Estado passou por um retrocesso nos últimos 20 anos. Diz que, à época, o governador Marconi era isso ou aquilo, que o Estado só estampava os jornais com notícias criminosas e que não fez nada e, agora, diz que o ex-governador está tentando impedir a construção de um hospital moderno.”

O deputado continuou: “Ninguém é contra nenhum tipo de hospital. Se tem uma coisa que o ex-governador entende é sobre a construção de grandes centros de referência. Inclusive com dinheiro devolvido por escândalos de corrupção. Foi ele quem construiu o Centro de Reabilitação e Readaptação (Crer), o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), reabriu o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) e reconstruiu o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) e também construiu outros hospitais em várias cidades do Estado. Marconi tem ampla experiência na área de saúde, que, infelizmente, é o maior gargalo que temos em Goiás hoje. Nosso Estado possui a maior fila de cirurgias eletivas do Brasil, devido à incompetência deste governo que não investe em saúde e agora quer parecer ser o bonzinho.”

Ele acrescentou: “Todos somos a favor do hospital, inclusive o ex-governador, não há ninguém aqui contra. Marconi teve inúmeros programas de governo em Goiás durante seus quatro mandatos, liderou a geração de empregos no Brasil e se tornou uma potência. A questão não é o objeto da construção do hospital em si, a questão é a forma como o governador Ronaldo Caiado deseja fazer. Gastar 2,4 bilhões do jeito que ele quer, sem um processo de licitação. Ele escolheu um compadre dele e disse: ‘Você vai administrar e também construir o hospital para nós.’”, detalhou Gustavo na tribuna.

“O modelo inédito adotado pelo governador exclui licitação e chamamento público. E o Estado citou como embasamento para a construção desse hospital duas leis federais, a de nº 1319, de 31 de julho de 2014, e a lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Essas leis tipificam casos em que podem ser usadas, mas não se aplicam a este caso em nosso Estado. O governador já destinou R$ 40.000.000,00 para essa obra e também já empenhou R$ 80.000.00,00. Com esse dinheiro, o ex-governador Marconi construiu 12 hospitais em Goiás. Além disso, o governador contratou uma empreiteira para supervisionar a obra no valor de R$ 2.615.000,00, a Nova Engevix, que é a antiga Engevix que já foi investigada na operação Lava Jato. Então, senhor governador, tenha cuidado ao falar dos outros e siga os processos corretos! Ninguém é contra o hospital; somos contra a corrupção que está ocorrendo na construção desse hospital”, concluiu o parlamentar.