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Bia de Lima reúne mais de 500 estudantes no Abraço Negro 2023 na Alego
A 23ª edição do Abraço Negro, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás, ocorreu na tarde dessa terça-feira, 21, na esplanada da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em parceria com a deputada Bia de Lima (PT), que também preside a entidade de classe. Mais de 500 alunos de escolas da rede estadual de Goiás e municipal de Goiânia participaram da atividade, que homenageou a jornalista Glória Maria.
Na ocasião, a parlamentar reforçou a importância de promover uma educação antirracista, bem como a ocupação da Alego para o evento representativo. “É muito importante trazer o Abraço Negro para a Casa Legislativa. Estamos aqui para prestigiar, enaltecer e valorizar o povo negro. No nosso País, todo mundo tem que ser respeitado e essa educação deve ser construída desde pequenos, para que esses estudantes cresçam com uma mentalidade sem racismo”, afirmou ela.
Representando o Ministério da Igualdade Racial, a professora Roseane Ramos falou sobre o projeto. “O Abraço Negro é um projeto do Movimento Negro Unificado (MNU), que foi abraçado pelo Sintego e, hoje, vamos abraçar essa Casa para dizer que existimos e resistimos. Não é um dia de festa, é sim para celebrarmos nossas vitórias, mas também para refletirmos tudo o que precisamos ganhar para viver num país sem racismo. Precisamos compreender e reforçar sempre que racismo é crime”, ressaltou ela.
Participaram do Abraço Negro 2023 as seguintes unidades de ensino: CEPI Dom Abel, CEPI Lousinha de Carvalho, CEPI José Honorato, CEPI Juvenal José Pedroso, EM Prof. Hilarindo Estevam de Souza, CE Jardim América, EM Manoel José de Oliveira, EM Maria da Terra, EM Trajano de Sá e EM Bernardo Elis.
Veja como alguns estudantes que participaram do evento encaram o tema:
Mirela Coutinho - CEPI Dom Abel: “eu acho que é uma atividade para falar mais sobre o racismo, muitas coisas aconteceram, principalmente na minha infância, eu sofri muito racismo e ninguém nunca deu valor, mas isso está acabando e diminuindo. Desde os meus 10 anos, percebo que vem diminuindo. Eu me sentia diminuída, as pessoas falavam da minha cor e eu me afastava delas, ficava mais solitária. Eu falava para os meus pais, eles até falavam com as pessoas, mas elas não se importavam. Eu acabava ficando com o meu emocional e minha mentalidade danificada. Hoje eu me sinto mais leve, estudo sobre o assunto”.
Camila Santos – Colégio Estadual Jardim América: “acho muito importante, para que as pessoas se conscientizem sobre o racismo. Eu nunca sofri nada, mas pessoas da minha família já. Muitas pessoas ainda demonstram muito o preconceito racial. Acho que é necessário fazer campanhas para melhorar o entendimento da população, pois pessoas pretas são do bem e fazem parte da sociedade”.
Jenifer Oliveira – Colégio Estadual Jardim América: “eu acho muito legal esse evento, muito divertido participar dessa atividade. Já sofri racismo nas escolas que estudei, mas melhorou. Eu não gosto de sofrer racismo, eu chorava muito e hoje tem sido tranquilo”.
Hudson Marques – EM Trajano de Sá: “acho importante para que as pessoas parem de discriminar as pessoas pretas, já senti isso na pele e não tive reação, fiquei calado”.
Gabriel Siqueira – EM Trajano de Sá: “quase não tem aluno negro na escola. Na minha sala, quem sofre preconceito denuncia. Acho importante discutir o tema, porque vem de longa data e discriminar alguém pela cor da pele não faz sentido”.
Gabriel Souza – CEPI Juvenal José Pedroso: “as escolas ainda cometem racismo, são pautas muito importantes. Já sofri uma vez com o racismo na escola e guardei para mim, mas deveria ter denunciado na diretoria da escola. Para acabar com o racismo, acho que deveriam existir mais leis e ensino nas escolas e as pessoas crescerem sem racismo”.