Em entrevista ao programa Ação Parlamentar, da TV Alego, a deputada Bia de Lima (PT) avaliou o primeiro ano de mandato na Assembleia Legislativa de Goiás. Nesse período, ela apresentou 60 projetos de lei ordinária, 1 projeto de lei complementar, 87 requerimentos e 5 projetos de resolução.

“Eu busquei, desde o primeiro momento, aprender como ser deputada e esse aprendizado requer apresentar matérias que possam ajudar a sociedade, sejam para as pautas que sempre tive proximidades, como também em departamentos e áreas que, até então, eu não tinha domínio. Isso requer estudo e eu procuro fazer isso”, afirmou ela.

“Procuro apresentar matérias interessantes, requerimentos que possam chegar aos municípios, como reformas de rodovias, escolas e também junto ao governo federal. É algo que acredito que, quando a sociedade me escolheu, achei que precisava muito fazer com que essa escolha significasse resultados práticos, não só na defesa das pautas que acreditamos, mas também do ponto de vista das políticas públicas e ações que possam chegar à população”, ressaltou Bia de Lima.

A deputada afirma que tem atuado não só como instrumento de cobrança, mas também de regulamentação, de normatização e com um olhar mais criterioso sobre as pautas.

A parlamentar apontou ainda que o objetivo é conseguir visitar e agradecer os eleitores de todo o Estado. “Tenho ficado feliz com o feedback por onde eu ando e olha que eu ando bastante. Até porque sou uma deputada estadual na plenitude da palavra, sabe por quê? Eu não sou de uma cidade, não sou de uma região. Eu sou dos 246 municípios. Destes, eu tive votos em 235, então é muita responsabilidade. Eu preciso ter pernas para chegar em cada cidade, para agradecer a cada um e é com essa atuação que eu espero fazer chegar o nosso trabalho a todos os goianos”, finalizou ela.

Agricultura
Questionada sobre sua atuação na área da agricultura, que, a priori, era uma novidade para o eleitorado, Bia contou que tem as raízes no campo. Na oportunidade, ela também defendeu e explicou de forma clara o que é a reforma agrária e o porquê é tão necessária.

“Sou de uma militância muito forte na educação e muitas pessoas não conheciam esse lado meu, que é o pé na roça. Meus pais foram lavradores e toda vida tiraram dos braços para que eu pudesse estudar. Daí o meu vínculo com o campo é muito forte. Venho da agricultura familiar, essas são as minhas raízes”, disse ela.

“Tenho como propósito ajudar quem precisa. Nesse sentido, tento esclarecer sobre programas, como o Minha Casa Minha Vida Rural. Cheguei a fazer um material específico para orientar as pessoas a entenderem como funcionam os incentivos, também por meio de órgãos, como o Incra, Ibama e Superintendência do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Estamos buscando, junto ao Elias D’Ângelo, superintendente do Incra, que o Presidente Lula compre mais terra. Quando a gente defende reforma agrária, muita gente fala de forma equivocada que estamos defendendo invasões, mas não é isso. Nós queremos é que o governo compre as terras e assente as famílias que estão aguardando, algumas há cerca de 15 anos. Reforma agrária não é tomar terra dos outros, não. Queremos é que as pessoas sejam assentadas e que tenham condições de produção, para que possam tirar dessa terra o seu sustento”, explicou a deputada.

Relação política
Bia de Lima também falou sobre as relações políticas estabelecidas no primeiro ano de mandato. Especialmente sobre PL, legenda adversária no cenário político nacional, Bia explicou como desenvolveu uma relação cordial com a bancada, que atua na oposição ao Governo de Goiás, junto ao PT.

“No âmbito nacional, o PL é o partido que mais faz oposição ao PT. Mas aqui [em Goiás] eu nunca tive nenhum problema. Aqui na Alego eu os respeito muito. O delegado Eduardo Prado e o Major Araújo, que, por serem servidores públicos, já estivemos em diversas lutas juntos e o Paulo Cézar Martins é um decano da Casa, eu aprendo muito com ele. E, no geral, a gente tem feito defesas quase na mesma linha, porém em outras pautas divergimos. Mas o tratamento e o respeito são muito interessantes”, salientou a parlamentar.

Balanço
Por fim, a deputada fez uma avaliação sobre o início do mandato.  “Avalio que, nesse primeiro ano, foi de muito aprendizado, mas isso é constante, estou sempre aprendendo e procurando que a nossa presença aqui na Alego seja sentida positivamente por toda a sociedade. Gostaria muito que a sociedade pensasse que valeu a pena ter eleito essa professora petista. As pessoas criticam muito o PT, mas eu tenho orgulho, me filiei e nunca saí, mesmo em tempos difíceis. Na política, às vezes, as pessoas mudam de partido de acordo com a conveniência. Mas eu estou aqui, porque é o que eu acredito e por isso a gente transmite essa confiabilidade. Chego na política para fazer o melhor, como minha responsabilidade, fazer política com seriedade, verdade, honestidade, e são esses princípios que me movem sempre”, finalizou ela.