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"Inadmissível”, diz Bia de Lima sobre liderança de Goiás em ranking do trabalho escravo
A deputada Bia de Lima (PT) repercutiu, durante o uso da tribuna nesta quarta-feira, 13, a matéria do jornal O Popular, que mostra Goiás como líder no número de trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
“Não podemos ficar calados, omissos e precisamos tomar atitudes sérias para impedir que trabalhadores chamados a realizar serviços tanto no campo, como também na zona urbana, estejam nessas condições. Essas pessoas chegam a Goiás, especialmente do Nordeste, na esperança de um emprego para alimentar a família, mas são submetidos à situações análogas à escravidão”, aponta a deputada.
“Na condição de trabalhadora, de liderança sindical, isso muito me incomoda. Subo nesta tribuna para fazer a denúncia e pedir medidas urgentes, não só de fiscalização, mas também de punição para quem faz uso dessas práticas criminosas. Faço um apelo ao Governo do Estado. Vou convidar o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para vir a Goiás, para pensarmos formas de coibir essas práticas, que nos envergonham. Comemoramos o crescimento do Estado em tantos aspectos, mas é inadmissível em tempos atuais convivermos com tamanho retrocesso”, completou Bia de Lima.
Ranking negativo
De acordo com os dados do MTE, 729 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão em Goiás até novembro de 2023, o que tornou o Estado líder no ranking brasileiro. A última vez que o Estado ocupou a posição foi a 15 anos.
Órgãos oficiais apontam o aumento das denúncias e ações de fiscalização, mudança de cenário político e resgates com maior quantidade de profissionais envolvidos como fatores para a primeira posição na lista.
Goiás é seguido pelos estados de Minas Gerais (571), São Paulo (380), Rio Grande do Sul (330) e Piauí (145). Em todo o Brasil, até o momento, foram 2,9 mil trabalhadores resgatados ao longo desse ano.
O setor sucroalcooleiro concentra 58,7% dos resgatados, com 428 profissionais encontrados em situações precárias de trabalho. As ocorrências foram em quatro municípios – Itumbiara, Acreúna, Anicuns e Inhumas.
Conforme os dados, dentre os 729 trabalhadores, 676 estavam na zona rural. Os outros 53, na zona urbana. No comparativo com anos anteriores, o quantitativo de 2023 é o maior desde 2008, quando o Estado alcançou o recorde de 867 resgates.