Notícias dos Gabinetes
Bia de Lima ressalta importância de mesa tripartite para discussão do trabalho escravo em Goiás
O Estado de Goiás ocupa a triste segunda colocação no ranking do trabalho escravo em todo país, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o que, segundo a deputada Bia de Lima (PT), é motivo de vergonha e um desafio para o governo, que precisa sair da estatística negativa.
Durante a posse do novo superintendente regional do Trabalho e Emprego (MTE/GO), Nivaldo dos Santos, que ocorreu na manhã desta quarta-feira, 7, em Goiânia, Bia parabenizou o companheiro pela nomeação no órgão, e falou sobre a importância de reunir forças para tirar Goiás desta vexatória situação.
Na ocasião, a deputada falou sobre a retomada da mesa tripartite para a discussão do assunto. “Queremos retomar a importância das mesas tripartite, pois queremos construir diálogos com empresários da cidade e do campo, com os trabalhadores, chamando as centrais sindicais, junto com todas as esferas de governo, para que juntos a gente consiga construir perspectivas melhores, que estimulem o setor que gera empregos a abrir espaços que honrem o trabalhador. Tenho certeza que a atuação do superintendente é fundamental e estratégica para avançarmos”, disse a parlamentar.
Ranking negativo
De acordo com os dados do MTE, 729 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão em Goiás até novembro de 2023, o que tornou o Estado líder no ranking brasileiro. A última vez que o Estado ocupou a posição foi há 15 anos.
Órgãos oficiais apontam o aumento das denúncias e ações de fiscalização, mudança de cenário político e resgates com maior quantidade de profissionais envolvidos como fatores para a primeira posição na lista.
Goiás é seguido pelos estados de Minas Gerais (571), São Paulo (380), Rio Grande do Sul (330) e Piauí (145). Em todo o Brasil, até o momento, foram 2,9 mil trabalhadores resgatados ao longo desse ano.
O setor sucroalcooleiro concentra 58,7% dos resgatados, com 428 profissionais encontrados em situações precárias de trabalho. As ocorrências foram em quatro municípios – Itumbiara, Acreúna, Anicuns e Inhumas.
Conforme os dados, dentre os 729 trabalhadores, 676 estavam na zona rural. Os outros 53, na zona urbana. No comparativo com anos anteriores, o quantitativo de 2023 é o maior desde 2008, quando o Estado alcançou o recorde de 867 resgates.