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“Vamos seguir trabalhando para garantir o empoderamento de cada uma”, diz Bia de Lima durante homenagem a mulheres de luta
A deputada estadual Bia de Lima (PT) e recém-empossada Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou na manhã desta segunda-feira, 1°, uma sessão solene em homenagem às Mulheres de Luta. Na oportunidade, 230 mulheres receberam o certificado do mérito legislativo por sua atuação e contribuição para o povo goiano.
De acordo com a parlamentar, as homenageadas ‘são mulheres que atuam em todas as áreas, tanto da saúde, como da educação, da política, profissionais que ocupam cargos do chão de fábrica aos altos escalões, cada uma com a sua importância e atuação singulares, que merecem ser reconhecidas por todos nós”.
Além de parabenizar todas as homenageadas, Bia de Lima falou sobre sua atuação na Alego, na qual tem enfrentado a violência política de gênero e atuado prioritariamente pelas mulheres.
“Desde quando chegamos neste espaço (Alego), estamos atuando para que nosso trabalho seja convertido em políticas públicas para as mulheres e temos tido êxito, mas o momento ainda é difícil. Por isso, precisamos nos fortalecer de forma coletiva para conseguirmos garantir, verdadeiramente, o empoderamento de cada uma. Precisamos através de ações como esta, que chamamos de ações afirmativas, fazer o contraponto e buscar as saídas paras os problemas de forma conjunta”, apontou a deputada.
“A Alego tem 41 deputados e somente quatro mulheres. São deputadas que juntas fazem um trabalho importante e precisamos ter mais mulheres no parlamento, somos 10%, ainda é muito pouco. Também queremos ampliar a representação das mulheres na política de forma geral”, completou.
Violência contra mulheres
Bia de Lima também ressaltou a importância de combatermos a violência contra as mulheres em Goiás. Dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) indicam que não houve aumento de feminicídios no estado entre os anos de 2022 para 2023, mas a questão é considerada um grande desafio.
“Em Goiás, nós estamos naturalizando demais essas tristes estatísticas. São meninas sendo estupradas, mães assassinadas na frente dos filhos, situações que nos entristecem, mas ao invés de nos revoltar, isso tem nos calado, e isso não pode acontecer. Em pleno séc. XXI, poderíamos ter uma evolução maior, mas as relações seguem arcaicas e violentas, como na época da idade média. Temos tomado algumas medidas, entre elas a Procuradoria da Mulher, que assumimos recentemente. Muito além da criação de novas procuradorias nos municípios, também queremos ter projetos de lei e ações mensais no sentido de contribuir para que tenhamos tempos mais alvissareiros para as mulheres”, finalizou ela.
Compondo a mesa diretiva da sessão, a Procuradora de Justiça do Ministério Público de Goiás (MPGO), Ivana Farina, afirmou que era uma honra ser homenageada por Bia de Lima, bem como, representar todas as mulheres presentes no evento. Em sua fala, ela cobrou igualdade de oportunidades para mulheres.
“Trabalho de luta é diferenciado quando falamos em luta para romper determinadas barreiras e determinada situação de opressão, de violência e de desigualdade. Aqui na Alego, por exemplo, vemos um quadro de desequilíbrio diante de quatro parlamentares e outros 37 homens, que representam a sociedade goiana, esse não é um quadro de representatividade, somos mais de 50% em todo o país. A questão quantitativa não significa aquela que possa ser a igualdade de oportunidade. Com quanto maioria não somos mais do que 30% no poder Judiciário, no Ministério Público, no poder legislativo e no poder executivo?”, questionou ela.
Também participando da mesa, a vereadora por Goiânia, Sabrina Garcês (Republicanos), falou sobre os desafios enfrentados e os avanços conquistados.
“Cada uma de nós que está aqui enfrenta diversos desafios no dia a dia. Às vezes, um jornalista pergunta como é ser mulher na política, e é exatamente a mesma coisa de ser mulher no mundo corporativo, ser mulher na escola, ser mulher na corporação militar, no MP, no TJ, são os mesmos enfrentamentos. Pelo simples fato de sermos mulheres lidamos com o preconceito e a violência. Estar aqui reunida com tantas mulheres que fazem a diferença onde atuam, ver esse auditório repleto de mulheres me mostram que estamos avançando. Mas precisamos ficar vigilantes, independentemente de onde estivermos, importante que estejamos unidas para combater esse mal que assola o nosso país que é o feminicídio”, finalizou.