A situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia é grave, é urgente, condena a população a ficar sem esse serviço essencial e, por outro lado, destaca uma problemática crítica em relação ao gerenciamento de recursos públicos, escancarando a falta de vontade política e a incapacidade dos atuais gestores municipais de trabalharem em prol da população.

O Samu recebe verbas do Ministério da Saúde e não as utiliza, integralmente, optando por alugar ambulâncias, a custos discutíveis, em vez de utilizar ou reparar as já existentes. Isso merece uma análise cuidadosa sob múltiplas perspectivas: administrativa, ética e de saúde pública.

Primeiramente, é preocupante observar a subutilização de recursos alocados para serviços de urgência. A verba do Ministério da Saúde, destinada ao SAMU, é uma alocação de recursos específicos com o objetivo de garantir a operacionalidade e eficácia de um serviço essencial. A não utilização integral desses recursos pode refletir falhas no planejamento, na gestão, na execução do orçamento e, mais preocupante, na execução do serviço, que desencadeia um processo de acúmulo de demanda, sobrecarga aos trabalhadores e o abandono da população a sua própria sorte.

Em segundo lugar, observamos que o Secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, justifica o aluguel das ambulâncias como uma medida para substituir veículos parados. No entanto, a constatação de que sete (07) ambulâncias estavam inoperantes e, em vez de consertá-las, foram adquiridas outras, em um aparente desperdício de recursos, revela uma falta de planejamento e priorização dos gastos.

Deve ser levado em consideração que, em janeiro deste ano, conforme publicado no jornal O Popular, apenas 08 de um total de 17 viaturas do SAMU estavam em circulação. Isso significa que a capacidade de resposta a emergências e ao atendimento à população estavam seriamente comprometidos.

Por tudo que está demonstrado e devidamente documentado, inclusive com auditoria do próprio Ministério da Saúde, resta demonstrada uma clara falta de responsabilidade na administração do SAMU em Goiânia, que beira o absurdo.

A população merece um serviço de saúde de qualidade, um Samu eficiente, que utilize os recursos disponíveis pelo Governo Federal para esse fim e garanta o acesso rápido e adequado ao atendimento de urgência/emergência. A situação do Samu em Goiânia é um retrato alarmante da má gestão de recursos públicos e da negligência com a saúde da população. Este mandato já está tomando providências políticas, administrativas e legais sobre o assunto junto aos órgãos competentes.