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"Pacote de maldades", diz Bia de Lima sobre plano de carreira aprovado pela Alego
Sob protesto de professores que lotaram galerias e auditórios da Assembleia Legislativa de Goiás, os deputados da base governista aprovaram, na tarde desta terça-feira, 22 de outubro, o projeto de lei encaminhado pelo governador, instituindo um novo Plano de Carreira do Magistério goiano.
Das 15 emendas apresentadas pela deputada Bia de Lima (PT), somente duas foram acatadas: a permanência da jornada de 20 horas semanais e o mestrado, que o projeto impunha formação na área de atuação e, com a emenda, foi alterado para pós-graduação “preferencialmente” na área.
Com várias intervenções durante a votação, na CCJ e no Plenário, a parlamentar chamou a atenção dos outros deputados para os vários pontos do PL que prejudicam os professores e desvalorizam a carreira.
"Este não é um Plano de Carreira, mas um pacote de maldades que o governador empurra aos professores. O que está aqui não recompõe as perdas de 68% acumuladas durante o Governo Caiado. E, além disso, impõe outras para os professores, como a perda da gratificação de regência e de coordenação por faltas superiores a três dias por motivo de doença. Se o professor for acometido de um câncer ou de um problema renal e ficar cinco dias de atestado médico, ele perde a gratificação de todo o mês. Não tem outro termo a não ser pacote de maldades, não tem", enfatizou Bia.
Bia também esclareceu que o reajuste proposto não recupera a carreira. "O mais importante que era garantir aos professores ter, de verdade, uma carreira e a valorização por tempo de serviço no Estado e, principalmente, na profissão, isso não foi modificado, ficou péssimo, então não podemos chamar de plano de carreira", declarou.
"Não existe outro jeito senão rasgar isso aqui. Esse plano não vale nada para nós, senhor presidente", desabafou Bia de Lima, rasgando uma cópia do projeto de lei, em protesto à forma irredutível com que o Governo e parlamentares aliados dificultavam a negociação dos pontos principais que, realmente, valorizam a carreira do professor.
“A carreira está achatada, a diferença de quem começa para quem já está lá no final é muito pequena. Nós ficamos dois anos aguardando essa matéria, enquanto o secretário Adriano e a secretária Fatima diziam que iria corrigir e o governador Caiado divulgou que seria muito bom, mas corrgiu o quê? Vencimento não teve correção, vai prevenir para quem sabe, com o piso do ano que vem, mas, efetivamente, a tabela não foi aprovada aqui, só no ano que vem. Nós queríamos, inclusive, que o governo tirasse essa tabela agora e deixasse para discurtirmos no próximo ano, mas eles não aceitaram. A tabela que foi anunciada na Seduc não é a mesma que está no projeto”, concluiu Bia.