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“Atuação fundamental para a sociedade”, diz Bia de Lima sobre mulheres advogadas
A deputada estadual Bia de Lima (PT) realizou, nessa terça-feira, 10, a sessão solene em homenagem ao Dia da Mulher Advogada com entrega de Certificado do Mérito Legislativo no Plenário Iris Rezende Machado da Assembleia Legislativa de Goiás.
Além da parlamentar, tomaram assento à mesa diretiva: presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da seccional Goiás da OAB, Ludmila Torres; presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-GO, Fabíola Ariadne Rodrigues Oliveira; presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas de Goiás, Sônia Maria Carneiro Caetano Fernandes; vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás, Néli Cárita; vice-presidente do Interior da Comissão da Mulher Advogada de Goiás, Jorcelia Passinato Camargo; diretora-adjunta da Escola Superior de Advocacia de Goiás, Margareth de Freitas Silva; e conselheira Seccional e diretora de Comunicação da OAB-GO, Chrissia Danielly Pereira Bandim.
Em sua fala, Bia de Lima destacou os desafios enfrentados pelas mulheres no Estado de Goiás, especialmente no que diz respeito à violência de gênero e à busca por reconhecimento e respeito em diversos setores da sociedade.
A parlamentar lamentou os índices alarmantes de violência contra mulheres no Estado, ressaltando que essa realidade exige união e ações concretas para eliminar preconceitos, machismo e todas as formas de agressão, incluindo as psicológicas, patrimoniais e políticas. “Muitas vezes, a violência não é apenas física ou sexual, mas se manifesta no cerceamento de espaços, oportunidades e na desvalorização das mulheres”, afirmou.
Bia também destacou as dificuldades enfrentadas por mulheres em profissões predominantemente femininas, como a educação, setor que ela conhece de perto. “Apesar de sermos maioria, muitas vezes somos desvalorizadas exatamente por isso. Isso não pode ser motivo para nos abater, mas sim para nos fortalecermos”, defendeu a deputada.
A parlamentar prestou homenagem às advogadas presentes, reconhecendo sua atuação essencial na luta por justiça e igualdade de direitos. Ela enfatizou a necessidade de fortalecimento mútuo entre as mulheres e o papel crucial que elas desempenham na sociedade, mesmo diante de múltiplas jornadas de trabalho.
“A atuação de vocês é fundamental para abrir espaços em todas as áreas e setores da sociedade. Precisamos garantir justiça, eliminar violências e promover o reconhecimento social e financeiro das mulheres”.
Reconhecimento
Jorcelia Passinato Camargo é vice-presidente do interior da Comissão da Mulher Advogada de Goiás e falou em nome das homenageadas. “Ser homenageada é muito significativo para nós. Durante muitos anos e até hoje, não somos valorizadas e respeitadas pelo simples fato de que somos mulheres”, disse.
Em sua fala, a homenageada exaltou as mulheres advogadas que a antecederam na luta por direitos iguais e ressaltou que, por vezes, a violência é ignorada pela necessidade de continuar os trabalhos. Porém, ela enfatizou que é preciso ter voz ativa, denunciar e destacou o apoio que a OAB-GO oferece para as advogadas vítimas de violência.
A presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB Goiás, Ludmila Torres, reforçou a relevância da representatividade feminina em espaços de poder e decisão. “É muito bom ver mulheres em posições de liderança, para que todas possamos nos inspirar. A representatividade é fundamental”.
Torres também compartilhou sua experiência pessoal como a primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB. “Estou aqui não porque sou mulher, mas porque sou capaz. Infelizmente, a falta de oportunidades impediu outras mulheres de chegarem até aqui, mas me orgulho de representar todas nós neste espaço de poder.”
Representatividade
Na sequência, a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-GO, Fabíola Ariadne, também fez uso da palavra para expressar sua gratidão à sensibilidade da deputada Bia de Lima em reconhecer e celebrar a mulher advogada. “Essa data é para relembrar a nossa luta diária para ocupar espaços que historicamente foram negados. Representamos 52% do eleitorado goiano e ocupamos somente quatro cadeiras nesse Parlamento e, por isso, obrigado por essa representatividade, deputada. ”
Ainda em tempo, Fabíola pontuou que episódios de violência contra a mulher advogada ocorrem até mesmo dentro de delegacias de polícia, durante o exercício de suas atribuições enquanto operadoras do direito. Assim, ela reiterou que a data é fundamental para debater, propor soluções, analisar as dificuldades enfrentadas no dia a dia, os estigmas de conciliar a vida profissional e pessoal.
“Somos trabalhadoras e temos sede de mudança no mundo. Nossa luta é respeito, reconhecimento e igualdade e por isso quero oferecer essa homenagem a todas as mulheres que fazem a advocacia mais inclusiva e justa. Somos fortes, somos mulheres advogadas. ”, encerrou.
A presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica de Goiás, Sônia Maria Carneiro Caetano Fernandes, enfatizou que momentos como estes são fundamentais para fortalecer a presença das mulheres em espaços historicamente ocupados por homens.
Sônia destacou o trabalho de diversas profissionais que têm quebrado barreiras e ocupado posições de destaque em áreas tradicionalmente masculinas, como as comissões de direitos humanos, escolas superiores de advocacia e tribunais de ética e disciplina.
“Homenagens como essa são essenciais para reconhecermos a competência e a dedicação das mulheres que fazem a diferença no exercício da advocacia e em outras áreas do sistema de justiça”, afirmou.
Por fim, Sônia falou da importância de união entre mulheres e de eventos que celebrem suas conquistas. “Precisamos parar tudo, valorizar momentos como esses e nos fortalecer mutuamente para continuar na luta pela igualdade e pelo empoderamento feminino”, concluiu.
Dia da Mulher Advogada
A data, celebrada no dia 15 de dezembro, foi instituída em 2016 pelo Conselho Federal da Associação dos Advogados do Brasil para homenagear Myrther Gomes de Campos, a primeira mulher a exercer a advocacia no país.
Nascida em 1875 no Estado do Rio de Janeiro, estreou a atuação feminina no Tribunal do Júri em 1899, vencendo a promotoria e obtendo a absolvição do réu.
Contudo, apenas conseguiu a legitimidade profissional sete anos depois, em 1906, ao ingressar no quadro de sócios efetivos do Instituto de Advogados do Brasil, condição necessária para o exercício da advocacia.
Com efeito, o escopo da celebração é o empoderamento das mulheres advogadas, com o fortalecimento na luta pela igualdade de direitos, e promover o destaque às conquistas femininas no contexto atual.