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Antônio Gomide critica direcionamento de projeto de parceria entre Estado e IFAG durante debate na Assembleia Legislativa

O deputado estadual Antônio Gomide (PT) contestou, durante audiência pública realizada nessa terça-feira, 18, na Assembleia Legislativa, possível direcionamento do projeto de lei que autoriza o Estado a formalizar parceria com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG). Segundo o parlamentar, o projeto deve ser contestado juridicamente. O debate contou com a presença do presidente da Goinfra, Pedro Sales.
Durante sua intervenção, o deputado Antônio Gomide afirmou que a ausência de licitação pode ferir princípios da administração pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade e moralidade. Segundo ele, ao direcionar os recursos para uma entidade específica sem concorrência, o Governo compromete a isonomia e a transparência do processo.
O deputado ressaltou que o artigo 37 da Constituição Federal, aplicável a prefeitos, governadores e ao presidente da República, estabelece princípios fundamentais para a administração pública, incluindo a legalidade. Destacou ainda que a ausência de licitação não estaria em conformidade com esse princípio. Além disso, o princípio da impessoalidade não estaria respeitado, uma vez que a destinação a uma empresa específica configura direcionamento.
“Se você direciona para uma determinada empresa, obviamente você tolhe a possibilidade de outros poderem participar. Essa questão da legalidade, eu não tenho dúvida de que será questionada”, disse Gomide.
O projeto do Governo Estadual propõe parcerias para obras públicas viárias sem necessidade de chamamento público ou licitação, permitindo o uso de recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) para a execução dessas obras.
Obras
O parlamentar também criticou a execução do Fundeinfra desde sua criação em 2022. Segundo ele, apesar do compromisso inicial do Governo de realizar 160 obras de pavimentação, restauração e duplicação de rodovias, menos de 50 dessas obras serão efetivamente executadas. Antônio Gomide mencionou o mapa elaborado pelo próprio Governo, apresentado por Pedro Sales, que indica as obras previstas, questionando o descumprimento do planejamento apresentado anteriormente à Assembleia.
“O que nós estamos vendo? Das 160 obras, estão programadas apenas 50. E nós ainda estamos tentando aplicar uma lei que, obviamente, vai ser questionada juridicamente”, afirmou.