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“Caiado não resolve o PCC em Goiás, mas usa força máxima da PM para reprimir famílias sem teto” afirma Mauro Rubem

No começo da manhã desse domingo, 7 de setembro, 50 famílias sem teto ocuparam um prédio que está há mais de sete anos abandonado no Setor Oeste, região nobre de Goiânia. O edifício chegou a abrigar cursos da UEG. Ocupação pacífica e simbólica.
Sem apresentar decisão judicial de despejo, por volta de 9h, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) apareceu no local com um arsenal que incluía helicóptero, motos de alta cilindrada das forças especiais, dezenas de viaturas, todos com armamento pesado para desocupar o imóvel de forma truculenta e ilegal, mas a presença do deputado Mauro Rubem, advogados e pessoas ligadas aos direitos humanos cavou uma reunião emergencial entre as partes.
Reunião de mediação: Estado (PM) e Prefeitura “lavaram as mãos”
Abriu-se uma reunião de mediação na viatura móvel da PM com representantes das partes: de um lado, o deputado estadual Mauro Rubem; o advogado Camilo Rodovalho Bueno, assessor parlamentar do deputado e membro da ABJD-GO; a representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos Laura Estevão; o advogado Dr. Júlio, pelo Movimento de Luta nos Bairros e Favelas (MLB) representando as famílias sem teto e, de outro, o superintendente municipal de Políticas Afirmativas da Prefeitura de Goiânia, Eduardo Oliveira Silva e um comandante da PM.
Entre os pontos primordiais solicitados pelas famílias por meio de seus representantes estavam:
1 – Garantia de moradias provisórias para as famílias que são oriundas da Ocupação São Marcos, na região oeste da capital, que tiveram suas casas demolidas em 2020 em um processo de reintegração que envolveu a prefeitura até que sejam construídas residências permanentes;
2 - Garantia de desocupação do prédio de forma respeitosa e sem truculência por parte da PM;
Reunião encerrada arbitrariamente pela PM
Sem apresentar documento judicial a PM estabeleceu, verbalmente, um prazo arbitrário e inconsequente de cinco minutos para que tudo fosse resolvido na reunião que ocorria entre as partes.
Sem a menor condição de encontrar uma solução complexa em cinco minutos a PM, com muita truculência, forçou a desocupação do prédio encaminhando todos, inclusive, crianças para a Central de Flagrantes da Polícia Civil. O desrespeito foi generalizado.
Detenção e novos abusos na Central de Flagrantes
Três integrantes do MLB foram detidos sob a acusação de esbulho possessório sendo que houve a necessidade do pagamento de fiança no valor de R$ 1mil, de um deles, acusado pela PM de “reagir” e unhar um policial a qual foi rechaçada pelo militante.
Mauro Rubem critica Caiado que não agiu contra o PCC
O deputado Mauro Rubem afirma que Caiado mente ao dizer que o crime organizado não tem vez em Goiás e que Goiás é o estado mais seguro do Brasil:
“As ações da Polícia Federal desmoralizaram Caiado mostrando que o PCC fez de Goiás um dos estados mais inseguros, atuando com ações na distribuição de combustíveis, aquisição de postos de gasolina, acesso a verbas públicas, entre outros desmandos, mas Caiado não viu nada e não acionou o aparato policial, porém contra gente humilde e sem casa para morar, estamos vendo um verdadeiro arsenal, digno de uma guerra com forte armamento, com helicóptero e tudo, absurdo, inaceitável”.
Fotos: Gabriel Vilela e Fausto André | Jornal A Verdade