A população de Catalão amanheceu estarrecida no dia 8 de agosto de 2007. Cidade ainda pacata mesmo com todo o desenvolvimento experimentado nos últimos anos, Catalão viu seu nome ganhar as páginas policiais de todo o Estado com o desencadeamento da Operação Ouro Negro, conduzida pelas polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público. As investigações apuravam o desvio de R$ 10 milhões dos cofres da Prefeitura Municipal de Catalão através de fraudes em contratos e licitações referentes a obras de pavimentação asfáltica.

Naquele dia, as polícias Civil e Militar e o Ministério Público prenderam o então secretário de Administração Nelson Fayad – primo do então prefeito Adib Elias (PMDB) – e o então secretário de Finanças Lázaro José da Silva. Funcionários da prefeitura e empresários de Anápolis também foram presos. A Operação Ouro Negro apurava, especificamente, um esquema de fraude e corrupção nas licitações entre a Prefeitura de Catalão e a empresa Tecnel – Técnicas de Engenharia Ltda, pertencente a Marcius Salum João, também preso na ocasião. Dias após as prisões, os investigados foram liberados e nada mais se falou sobre o caso.

Buscando maiores explicações e justificativas dos envolvidos, o deputado estadual Jardel Sebba (PSDB) subiu à tribuna na tarde desta terça-feira. "O que cobro aqui é um esclarecimento sobre a Operação Ouro Negro, que completa dois anos no próximo sábado. Caso os servidores que foram presos sejam inocentes, devem ser indenizados. Não estou aqui para condenar ninguém. O que desejo é apenas um esclarecimento; que o Ministério Público se manifeste publicamente sobre a operação. Foram constatados que mais de R$ 10 milhões foram desviados dos cofres municipais de Catalão. Tem-se mais de mil horas de gravação e foram presos dois secretários da prefeitura e o dono da empresa Tecnel. Fico a me perguntar se tais pessoas foram presas injustamente, uma vez que nada mais ocorreu", destacou o tucano.

Jardel ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa durante o pequeno e grande expedientes. Esposa do ex-prefeito Adib Elias, a deputada estadual Adriete Elias (PMDB) deixou o plenário tão logo tomou conhecimento do teor do discurso do tucano.