Embora falte um ano e meio para o fim desta legislatura, o deputado estadual Thiago Peixoto (PMDB) revela-se um tanto cético quando fala de suas expectativas em relação a Assembléia Legislativa. Em seu primeiro mandato parlamentar, o peemedebista diz acreditar que a atuação de vários colegas – em especial os que integram a base do Palácio das Esmeraldas – tem feito com que a Casa fique cada vez mais distante da sociedade.
Para exemplificar o que diz, Thiago cita a recente aprovação de projeto de lei que dá total autonomia à Secretaria da Fazenda e à Procuradoria Geral do Estado (PGE) para renegociar débitos e demais pendências financeiras por tempo indeterminado. Antes, o governo sempre precisava colocar à apreciação dos deputados projetos deste tipo, mas agora terá liberdade para agir como bem entender.
“Matérias como estas ferem o nosso direito de legislar e tira poder desta Casa, que não deveria, sob hipótese alguma, abrir mão de suas prerrogativas. O pior é que os deputados governistas aprovam sem ao menos questionar isso. Dão um verdadeiro tiro no pé, isso sim”, desabafa Thiago.
Para o parlamentar do PMDB, ações como estas deixam a população incrédula e afetam diretamente a credibilidade dos políticos. “A sociedade fica descrente com esta omissão do Legislativo”, pondera. Thiago também lembra outro episódio que ilustra bem o que ele diz: o “cheque em branco” que a Assembléia deu, em 2007, ao governo do Estado para executar o projeto de reforma administrativa. “Na época, o Palácio das Esmeraldas ganhou o aval dos deputados aliados para agir como bem entendesse, simplesmente ignorando aqueles que foram eleitos como representantes direto do povo. Ou seja, nós”, recorda-se.
Em sua página no Twitter, Thiago também fez um “diagnóstico” ao responder a uma pergunta de uma jornalista se a Assembléia estava em crise. “Vivemos uma crise de prioridades”, respondeu ele.