Quem estava próximo ao líder do Governo, Evandro Magal (PSDB), no momento em que o deputado estadual Thiago Peixoto entrou no plenário, vindo da reunião da bancada do PMDB, percebeu claramente o olhar de espanto do tucano. O peemedebista não era bem vindo no plenário naquele instante. Afinal, o líder preparava-se para pôr em votação o requerimento de convocação do presidente da Celg, Ênio Branco, aproveitando-se assim da ausência da bancada do PMDB para derrubar o requerimento com relativa facilidade.

Thiago foi cobrar explicações da Mesa Diretora e do líder do Governo. Magal tirou papéis do bolso, tentou manter a calma e garantiu que o requerimento não seria votado. Mesmo assim o peemedebista ficou no plenário. O tucano, por sua vez, nem se preocupou em disfarçar: era um olho em Thiago, o outro no placar que marcava o quórum.

Encerrada a ordem do dia, Magal ainda tentou dar início à votação de requerimentos. O presidente em exercício, Honor Cruvinel (PSDB), avisou que o período já era de discussões parlamentares (grande expediente). De qualquer forma, Thiago já tinha outra carta na manga: pediria a verificação de quórum – o que inviabilizaria a votação, já que não havia muitos deputados em plenário.

Frustrada a manobra do líder do Governo, o peemedebista ainda articulou com os colegas da oposição: iriam se revezar na tribuna e usar o tempo disponível (20 minutos) para que houvesse tempo de todos os parlamentares que participavam da reunião da bancada do PMDB voltar para o plenário.

A pergunta fatídica feita por Thiago logo no início do seu discurso: “Do que vocês tanto têm medo? O que vocês querem tanto esconder promovendo manobras como estas?”. Depois do peemedebista, aliados do governo do Estado foram à tribuna. Mas as questões formuladas por Thiago não foram respondidas.