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Isaura Lemos promove debate sobre Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher
A deputada Isaura Lemos, presidenta do PCdoB Goiás, realiza, nesta terça-feira, dia 25, audiência pública do Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. O evento, que conta com o apoio da vereadora Tatiana Lemos (PCdoB), será no Auditório Solon Amaral, da Assembleia Legislativa do estado de Goiás, das 8h30 às 12 horas.
Isaura Lemos explica que a intenção da audiência pública é manter e fortalecer a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, que deve ser integrada pelos órgãos públicos, movimentos feministas e sociedade civil. Outro objetivo do evento é propiciar a maior participação dos órgãos públicos e das entidades que se dedicam à causa feminista. “Todos os segmentos serão ouvidos”, disse a deputada.
Dados da Gerência de Análise de Informação, da Secretária de Segurança Pública de Goiás (SSPGO), mostram números alarmantes da violência contra a mulher em Goiás. No primeiro semestre deste ano, foram 801 casos de estupro. A estatística quase dobrou em comparação a 2013, quando ocorreram 438. Dentro do mesmo período, os acontecimentos de lesão corporal já atingiram 7.069 mulheres, contra 3.642 do ano anterior. Crimes de violência doméstica registrados chegam a 3.539 e de homicídio doloso 123.
“Goiás é um dos estados mais violentos do Brasil. Apesar de termos obtido algumas conquistas, como a aprovação de mais 10 delegacias da mulher (duas no Entorno do Distrito Federal, onde é alto o índice de violência), há ainda a necessidade de melhorar o atendimento nas delegacias para as mulheres. Faltam pessoal, veículos e equipamentos. Elas se mantêm em condições precárias de atendimento”, afirma.
Mapa da Violência
Segundo dados do Mapa da Violência 2014, divulgados pelo Instituto Sangari, os homicídios dolosos de mulheres mais que dobraram no Brasil nas últimas décadas. Passaram de 2,3 por 100 mil habitantes, em 1980, para 4,8 homicídios por 100 mil, em 2012, o que representa crescimento de 111%. A situação se intensifica ainda mais entre mulheres jovens: uma taxa de 7,7 homicídios por 100 mil pessoas e, apenas em 2012, a cada quatro horas uma mulher foi assassinada antes de completar 30 anos no País. O assassinato de mulheres é 60% maior nesta faixa etária.
Ligue 180
77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente, conforme revelaram os dados dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
Nos primeiros seis meses deste ano, o Ligue 180 realizou 265.351 atendimentos, sendo que as denúncias de violência corresponderam a 11% dos registros – ou seja, foram reportados 30.625 casos. Em 94% deles, o autor da agressão foi o parceiro, ex ou um familiar da vítima. Os dados mostram ainda que violência doméstica também atinge os filhos com frequência: em 64,50% os filhos presenciaram a violência e, em outros 17,73%, além de presenciar, também sofreram agressões.
Entre os tipos de violência informados nos atendimentos realizados pelo Ligue 180, os mais recorrentes foram a violência física (15.541 relatos); seguida pela psicológica (9.849 relatos); moral (3.055 relatos); sexual (886 relatos) e a patrimonial (634 relatos).