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Dano ambiental
Em audiência pública realizada nesta quarta-feira, dia 28, em Rubiataba, a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos pôde conferir a preocupação dos moradores locais com a crescente instalação de usinas de álcool no município.
Os deputados Vanuza Valadares (PSC), presidente da Comissão, e Thiago Peixoto (PMDB) debateram com os participantes as consequências da lavoura da cana-de-açúcar para produção de etanol. Entre os principais problemas apontados pelos debatedores estão as desumanas condições de trabalho dos cortadores de cana, a ameaça à pluratividade da produção local e os danos ao meio ambiente provocados principalmente pela queima dos canaviais.
Os parlamentares lamentaram a ausência de representantes do Ministério Público e das usinas de etanol, como a CoperRubi, que foram convidados a compor a mesa. "A participação das usinas de álcool faria a audiência bem mais produtiva. Elas teriam espaço para mostrar o que estão promovendo para melhorar as condições de trabalho dos cortadores e seus projetos de recuperação do ecosistema local" afirmou a presidente da Comissão.
A parlamentar garantiu aos presentes que a Comissão vai registrar as reivindicações da comunidade local e que fará o que estiver ao alcance para propor soluções ao Governo.
O presidente regional do PSC, Jamel Kider, comentou a restrição do mercado de trabalho no município causado pela fuga dos produtores de outras culturas. “A atração de mão de obra barata tem contribuído para o aumento do desemprego”, adicionou.
Degradação ambiental
Moradores de Rubiataba relataram a degradação do manancial hídrico da região. De acordo com os depoimentos, as usinas instalam bombas de água para irrigar os canaviais e poluem os rios com rejeitos industriais.
Alunos e professores da Facer - Faculdades de Ciências e Educação de Rubiataba, reforçaram o risco da monocultura em latifúndios face à crise mundial na produção de alimentos.
A comunidade acadêmica deixou à disposição do poder público e das usinas o vasto banco de dados e pesquisa sobre o plantio da cana e seu impacto social e ambiental.
Contrapartida
O deputado Thiago Peixoto lembrou que, em contrapartida, a instalação das usinas traz benefícios ao município, mas que esse processo deve ser feito de forma planejada para que outros segmentos da economia local e o meio ambiente não saiam prejudicados.
“A lei ambiental é bastante abrangente e rígida. O que falta é o Poder Público aumentar a fiscalização e fazer com que a legislação seja cumprida”, disse o parlamentar em resposta às reivindicações de maior rigor na lei.
Conforme dados apresentados por Vanuza Valadares, em 2006 foram produzidos 17,7 bilhões de litros de etanol e atualmente há 336 usinas em operação no Brasil, número que vai saltar para 410 em 2018.
29/04/2008 - 15h18
Fonte: Assessoria de Imprensa Assembléia Legislativa