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Notícias dos Gabinetes
Hospital Regional do Norte Goiano em debate

05 de Maio de 2008 às 09:11

Apesar de parte do recurso já estar disponível para construção do Hospital Regional do Norte do Estado, ainda falta a confecção do projeto, que vai demandar pelo menos quatro meses para ficar pronto, o que significa que este ano pouca coisa deve ser encaminhada para que a unidade de saúde, a ser construída em Uruaçu, deixe de ser objeto de discurso e se transforme em realidade concreta.
Durante reunião na segunda-feira (28) entre os prefeitos Marisa Santos (Uruaçu), Dásio Marques (Amaralina) e Lindomar Gomes (Campinaçu); técnicos da Agetop, da Secretaria Estadual de Saúde e outras pessoas interessadas, ficou acertado que o grupo, especialmente os prefeitos, deve se reunir com o governador Alcides Rodrigues para acertar detalhes do projeto, além de buscarem mais recursos para um projeto que deve ficar pronto daqui a pelo menos quatro anos.
Na reunião realizada na Secretaria da Saúde, em Goiânia, muitas sugestões, idéias e opiniões foram colocadas à mesa de debates. Uma delas, que o projeto deve ser feito considerando a demanda a ser atendida no futuro.

Os técnicos da saúde destacam que a região (Serra da Mesa, Norte, Vale do São Patrício e parte do Tocantins) terá demanda de 500 mil habitantes, o que exigirá um hospital com pelo menos 250 leitos, ou um leito para cada dois mil habitantes. A unidade de saúde deve ser de média e alta complexidade e pode chegar a 360 leitos no final.
Logo no início da reunião foi colocado o primeiro obstáculo. O diretor de Obras da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Luiz Antônio de Paula, disse que sem um projeto não é possível fazer absolutamente nada. Marisa lamentou a situação e lembrou que exatamente o projeto, que custa cerca de 5% da obra, é a contrapartida do governo do Estado. A primeira parcela dos recursos, fruto de emenda de toda bancada de Goiás no Congresso Nacional, já está disponível, mas não pode ser utilizada enquanto não for aprovado o projeto.
Outra preocupação da prefeita Marisa é referente à manutenção e custeio da unidade de saúde. Segundo ela, as prefeituras têm poucos recursos e 'mal estão dando conta do básico', o que eleva a necessidade de realização de parcerias, especialmente com o governo do Estado e iniciativa privada, além de se pensar num modelo de gestão nos moldes do que ocorre hoje no Crer, em que entidades não governamentais cuidam de todo gerenciamento daquela unidade de saúde.
Quem também manifestou preocupação sobre a manutenção do hospital no futuro foi o prefeito Lindomar Gomes. Segundo ele, a gestão do hospital deve ser definida claramente porque não vai ficar barato. "Não podemos simplesmente construir um hospital e entregar para as prefeituras bancarem. Precisamos deixar claro o papel de cada um na manutenção desse projeto", cobrou Lindomar.
A superintendente de Planejamento da Secretaria Estadual de Saúde, Irani Ribeiro de Moura, lembrou que essa primeira reunião não tinha como objetivo fechar questão, mas apresentar os primeiros encaminhamentos e definir o que é e o que não é possível fazer face ao volume de recursos previstos.
Irani ainda questionou a estrutura humana, segundo ela, tão importante quanto a própria obra. Marisa explicou que muitos profissionais deixam a região por falta de estrutura e condições adequadas para trabalhar. Também foi discutido na reunião a questão dos equipamentos para o hospital, o que vai demandar outro volume de recursos, que podem ser adquiridos via emendas parlamentares ou mesmo através de repasses do governo do Estado.

Dúvidas e certezas dos prefeitos
O prefeito de Campinaçu, Lindomar Gomes, disse acreditar no projeto, considerando que o principal, os recursos, já está disponível. O restante, para ele, vai depender de muitas negociações, mas tudo caminha para ser resolvido. "Demos mais um passo importante. Temos o dinheiro para iniciar a obra, que pode ser edificada por partes", disse Lindomar.
Questionado sobre qual projeto seria o ideal para o Norte de Goiás, Lindomar afirmou que isso vai depender de planejamento, tanto para iniciar a obra como para fazer ela funcionar. "O que importa é iniciar e começar a atender a população", frisou.
Já o prefeito de Amaralina, Dásio Marques, disse que há uma forte demanda por atendimento médico na região. Diante desse quadro, ele sugere o início das obras para que a população comece a ser atendida imediatamente. Para ele, a reunião foi de extrema importância para resolver muitos problemas na região.
Marisa Santos, de Uruaçu, destacou que a reunião definiu um perfil do hospital que será construído e descartou o que ela chamou de 'pacotinho pronto'. "Temos que discutir à exaustão, sob pena de vivermos o que vive hoje a cidade de Aparecida de Goiânia, que tem uma unidade de saúde que não funciona", destacou. O Hospital de Urgências de Aparecida foi construído ao custo de cerca de R$ 12 milhões e conta com 70 leitos, 22 a mais do que o hospital que está sendo construído em São Miguel do Araguaia, que terá 48 leitos.
Também participaram da reunião o secretário de Saúde de Uruaçu, Ademir Sandoval; Vercilei José Santos, auditor de saúde da prefeitura de Uruaçu; o vereador Joeli Gomes da Silva (PMDB), Tarso Bareira Silva, engenheiro civil de São Miguel do Araguaia; Pedro Fernandes (representando o deputado Júlio da Retífica - PSDB), Sílvio David (gerente de projetos da Agetop), entre outras autoridades e técnicos da Secretaria de Saúde.

João Carvalho (Diário do Norte)

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